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DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS em 2025
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VIABILIDADE ECONÔMICA DO USO E COMERCIALIZAÇÃO DE SILAGENS PRODUZIDAS EM DIFERENTES SISTEMAS PRODUTIVOS
Gabrielly Antunes Cassiano
resumo
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Este trabalho teve como objetivo avaliar economicamente dois diferentes sistemas
produtivos de produção de forragens conservadas. Para os sistemas que utilizaram a
silagem de sorgo forrageiro (Sorghum bicolor (L.).), a análise focou exclusivamente
na comercialização da silagem no contexto do Sistema Integrado de Produção
Agropecuária (SIPA). Já no sistema que utilizou a silagem de trigo, foi avaliada a
relação custo-benefício (C/B) da utilização de diferentes proporções de silagem de
trigo (Triticum aestivum L.) na dieta de bovinos confinados e a viabilidade econômica
da comercialização. O primeiro sistema produtivo objetivou compilar e explanar os
principais aspectos da valoração por meio do modelo de fluxo de caixa descontado,
além de avaliar a viabilidade econômica dos sistemas de produção de sorgo forrageiro
em monocultivo em comparação ao SIPA. Para isso, foram analisadas a produção de
silagem e o desempenho de bovinos em pastagens, considerando a semeadura
consorciada de sorgo forrageiro com as gramíneas do gênero Megathyrsus maximus
(cv. BRS Zuri e cv. Mombaça). O delineamento experimental foi em blocos incompletos
casualizados com três tratamentos. Os tratamentos foram S1- Monocultivo de sorgo,
S2- Consórcio de Sorgo + cv. mombaça e Pecuária, S3- Consórcio Sorgo + BRS Zuri
e Pecuária. Foram utilizadas 36 fêmeas da raça Caracu em pastejo pós colheita e
rebrota do capim, considerando o desempenho quanto ao ganho de peso (kg/dia). Os
resultados demonstraram que o SIPA agrega maior valor econômico que o sorgo em
monocultivo. A integração de sorgo com cv BRS Zuri foi o sistema que demonstrou
maior viabilidade econômica, pois sua taxa de risco foi a menor entre os sistemas e
resultou em um maior VPL, sendo, portanto, a opção mais recomendada para
maximizar os retornos financeiros no contexto da integração lavoura-pecuária. No
segundo sistema produtivo avaliou-se a relação custo-benefício (C/B) da inclusão da
silagem de trigo em dietas para novilhas Gir leiteiro, com foco na viabilidade
econômica da produção de silagem de trigo na entressafra e seu impacto no
desempenho animal. Especificamente, avaliou-se o cultivo da cultivar MGS3 Brilhante,
desenvolvida pela EPAMIG, como estratégia para otimizar o uso da terra no período
seco e diluir os custos fixos da propriedade. O experimento foi conduzido ao longo de
111 dias, utilizando um delineamento em blocos casualizados, com 32 novilhas
confinadas e quatro tratamentos, variando a proporção de silagem de trigo na dieta:
T0 (0%), T33 (33%), T67 (67%) e T100 (100%). Durante o estudo, foram analisados o
custo das dietas, o consumo alimentar médio (kg/dia) registrado pelo software
Intergado e o ganho de peso diário (kg/dia), possibilitando a avaliação do impacto
econômico e produtivo de cada tratamento. A análise econômica foi realizada por meio
do Fluxo de Caixa Descontado, considerando riscos de mercado (variação de preços)
e operacionais (produtividade), controlados por meio da Simulação de Monte Carlo.
Os resultados indicam que a produção de silagem de trigo irrigado durante a
entressafra é uma alternativa sustentável e economicamente viável, proporcionando
retorno positivo sobre o investimento. A análise de custos das dietas indica que a
inclusão de silagem de trigo apresentou uma relação custo-benefício favorável, sendo
sua adoção dependente dos objetivos específicos do produtor e da formulação em
formas adequadas.
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A influência do uso de levedura (Saccharomyces cerevisiae) em dietas bovinas sobre os parâmetros ruminais: Revisão sistemática e metanálise.
Aurã Ferreira Martins
resumo
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A crescente demanda global por alimentos impõe à produção animal o
desafio de crescer de forma sustentável. Nesse cenário, o uso de aditivos
alimentares, como a levedura Saccharomyces cerevisiae, tem se destacado como
uma alternativa promissora para a modulação da fermentação ruminal, visando à
melhoria do desempenho animal e à redução de perdas energéticas. Este estudo
teve como objetivo avaliar, por meio de revisão sistemática e metanálise, os efeitos
da inclusão de S. cerevisiae em dietas de bovinos sobre parâmetros ruminais, como
pH, nitrogênio amoniacal (N-NH₃), concentração total e perfil de ácidos graxos
voláteis (AGV). A seleção dos estudos seguiu os princípios do protocolo PRISMA,
com buscas estruturadas em bases de dados científicas e aplicação de critérios de
inclusão e exclusão previamente definidos. Foram analisados 15 estudos,
totalizando 37 observações entre grupos controle e tratados. Os resultados
indicaram que a adição de levedura promoveu um aumento significativo na produção
total de AGV (p = 0,018), com tendência de elevação nos níveis de propionato (p =
0,080). Não foram observadas alterações significativas nos valores de pH ruminal,
nitrogênio amoniacal ou nas proporções de acetato e butirato. A heterogeneidade
entre os estudos foi considerada alta para a maioria dos parâmetros avaliados.
Conclui-se que a suplementação com S. cerevisiae em dietas de bovinos apresenta
potencial para modulação positiva da fermentação ruminal, especialmente no
aumento da produção de ácidos graxos voláteis. No entanto, os efeitos observados
ainda são inconsistentes entre os estudos analisados.
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ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E MICROBIOLÓGICOS DO SOLO EM SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM COMPARAÇÃO AO MONOCULTIVO
Camila Parada Nogueira
resumo
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Com o presente trabalho objetivou-se caracterizar as variações espaciais e temporais da
emissão de CO2 do solo associada aos atributos químicos, físicos e microbiológicos em
áreas de sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) em comparação ao
monocultivo. A hipótese é que os SIPAs promovem melhorias nas condições
ecossistêmicas do solo, como temperatura e umidade, favorecendo a atividade dos
microrganismos, redução das emissões de CO2 e incremento da fertilidade do solo e de
sua estrutura física quando comparado ao solo em monocultivo. O delineamento
experimental foi estruturado em blocos incompletos ao acaso com três tratamentos, que
consistiram em sorgo forrageiro (Sorghum bicolor) cultivado em monocultura (SFM),
sorgo forrageiro consorciado com Panicum maximum (Syn. Megathyrsus maximus) cv.
Mombaça (SM), e sorgo forrageiro consorciado com P. maximum cv. BRS Zuri (SZ),
todos para produção de silagem. As avaliações da emissão de fluxo de CO2 do solo
(FCO2), temperatura (Ts) e umidade do solo (Us) foram realizadas simultaneamente em
20 pontos amostrais em cada área no período do inverno, durante julho a setembro de
2022 e as coletas foram repetidas no período do verão, de fevereiro a março de 2023.
Após o término das avaliações de CO2, durante a época de inverno e verão, foram
realizadas as amostragens de solo na profundidade de 0-10 cm com amostras deformadas
e indeformadas, para a determinação dos atributos químicos, físicos e microbiológicos. A
medida de resistência a penetração no solo foi realizada utilizando o equipamento
automatizado acoplado ao quadriciclo, nos mesmos 20 pontos onde foram realizadas as
avaliações de FCO2. No inverno, o solo sob tratamento SFM apresentou maior valor
médio de FCO2 (1,73 μmol m-2
s
-1
), com temperatura mais elevada (21,8ºC) e menor
umidade (1,17 vwc/sv). No que se refere à matéria orgânica do solo (MOS), o tratamento
SFM apresentou maior valor (47,60 g·dm⁻³), superando os tratamentos integrados, os
quais não apresentaram diferenças significativas entre si. O estoque de carbono também
foi superior no tratamento SFM (38,53 Mg C·ha⁻¹), embora sem diferença estatística em
relação ao tratamento SZ. Enquanto o tempo de meia vida (T ½) e a constante k de
decaimento do carbono no solo (d-1
), não diferiram entre os três tratamentos. No verão, o
tratamento SZ apresentou maior FCO2 (5,73 μmol m-2
s
-1
), em comparação aos demais
tratamentos, além de registrar a maior temperatura (24,74 ºC) e a menor umidade (1,61
vwc/sv) quando comparado ao tratamento de SM, porém não houve diferença estatística
com relação ao tratamento SFM. O solo sob tratamento SZ também apresentou maior
atividade enzimática da desidrogenase (10,63 µg TPF g⁻¹ solo 24 h⁻¹), urease (16,19 µg
NH₄⁺ g⁻¹ solo 2 h⁻¹) e betaglicosidase (62,83 mg PNF kg⁻¹ solo h
-1
), indicando maior
atividade microbiana quando comparado ao tratamento SM. Enquanto para o T ½, o
tratamento SZ apresentou menor valor (428,4 d) em relação ao tratamento SFM (603,9 d)
e não diferiu estatisticamente do tratamento SM, indicando que o T ½ nos tratamentos
integrados foi menor, uma vez que houve maior atividade microbiana e com isso maior
respiração e decomposição do C. Quanto à resistência à penetração, não foram observadas
variações significativas entre os tratamentos, tanto no inverno quanto no verão. No
entanto, os valores aumentaram com a profundidade do solo. A análise espacial indicou
uma correlação inversa entre a FCO2 e a resistência à penetração, sugerindo que solos
menos compactados favorecem maior atividade biológica e, consequentemente, maior
emissão de CO2. Mesmo em curto prazo, foi possível observar melhoria na fertilidade do
solo nos sistemas integrados. Apesar do aumento na densidade do solo para SZ e SM, as
variações sazonais foram pequenas e não indicam compactação, sugerindo que o pastejo
não afetou negativamente as áreas avaliadas
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CARACTERIZAÇÃO DE OVELHAS RESILIENTES ÀS PARASITOSES GASTRINTESTINAIS
Leticia de Sousa Corrêa
resumo
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O aumento da demanda por carne, leite e derivados de ovinos no Estado de São Paulo indica
que é preciso aumentar o número de animais, intensificar os sistemas e melhorar a eficiência
produtiva para atender ao mercado. Entretanto, ao intensificar, o produtor deve encontrar
formas de reduzir os custos de produção e manejos, de forma a melhorar a eficiência econômica
do sistema. Os nematoides gastrointestinais são prevalentes, praticamente, no mundo inteiro,
sendo um problema ainda maior em países tropicais, pois gera perdas econômicas
consideráveis. Com a problemática de multirresistência aos antiparasitários, é necessário
desenvolver estratégias para identificar e selecionar animais resistentes e resilientes. A seleção
e reprodução de animais resistentes contribui com a redução no uso de anti-helmínticos,
atrasando a resistência aos princípios ativos, tornando o sistema competitivo e sustentável. Esse
estudo teve objetivo de identificar e categorizar animais quanto à resistência à verminose, com
base em características fenotípicas de desempenho. Além disso, busca-se avaliar e identificar
uma possível subclassificação de animais resilientes para subsidiar estratégias de seleção e
descarte, visando uma criação ovina mais produtiva, sustentável e competitiva. O trabalho foi
conduzido em uma propriedade em Buri/SP, com início em agosto de 2023, com as coletas dos
parâmetros PC, ECC, HT, PPT e OPG ocorrendo a cada 45 dias e, final em setembro de 2024,
com 100 borregas comerciais dos grupos genéticos Texel (40), 1/2 Poll dorset (38) e White
dorper (22), nascidas entre junho e outubro de 2022. As análises dos dados foram realizadas
avaliações de peso corporal (PC), escore de condição corporal (ECC), escore da coloração de
mucosa ocular (Famacha©), hematócrito (HT), proteína plasmática total (PPT), e contagem de
ovos por grama de fezes (OPG). Foi realizada análise de agrupamento para determinação dos 3
grupos iniciais: Resistentes (56,84%), resilientes (36,84) e susceptíveis (6,32%). No grupo de
fêmeas resilientes, foi realizado uma nova análise de agrupamento, identificando dois
subgrupos distintos, o primeiro composto por 23 ovelhas classificadas como resilientes de baixo
OPG, que apresentaram desempenho fenotípico negativo nos parâmetros e, o segundo
subgrupo, formado por 12 ovelhas resilientes de alto OPG, o qual exibiu desempenho fenotípico
positivo. Embora o teste de médias não tenha revelado entre os subgrupos, a discrepância na
quantidade de ovos eliminados reforça o potencial de estratégias baseadas em características
fenotípicas para aprimorar a seleção de fêmeas comerciais resistentes e resilientes de baixo
OPG, contribuindo para sistemas produtivos mais sustentáveis e competitivos na ovinocultura
moderna
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CARACTERIZAÇÃO GENÔMICA DE REGIÕES ASSOCIADAS À RESISTÊNCIA AOS NEMATOIDES GASTROINTESTINAIS EM OVINOS SANTA INÊS
Breno Roberto Epifanio Rodrigues Netto
resumo
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A infecção por endoparasitas gastrointestinais representa um dos principais desafios à produção
de ovinos Santa Inês. O uso inadequado da vermifugação tem favorecido a seleção de parasitas
resistentes aos princípios ativos dos anti-helmínticos, além de ocasionar a contaminação
ambiental, evidenciando a necessidade de se buscar métodos alternativos de controle. O
objetivo deste estudo foi identificar variações no número de cópias (CNV) de segmentos do
DNA no genoma de ovino e realizar um estudo de associação genômica ampla (GWAS)
empregando marcadores de polimorfismo de nucleotídeo único (SNPs) para resistência a
parasitas gastrointestinais. O total de 586 amostras de DNA foram genotipadas usando o Ovine
SNP50 Genotyping BeadChip (Illumina, Inc.) e a identificação das CNVs foi realizada pelo
programa PennCNV (v.1.0.5). O ajuste do conteúdo guanina-citosina (GC) foi realizado para
reduzir a taxa de CNVs falso positivo, em regiões genômicas de 500kb antes e após o SNP. As
CNVs com mais de três SNPs, LRR<0,70, BAF<0,01 e GC wave <0,09 foram mantidas. As
CNVRs foram inferidas por meio da concatenação das CNVs individuais filtradas e detectadas
em mais de um animal e para maior precisão, as regiões com densidade baixa (recorrência <
0,1) e frequência alélica < 0,5 foram descartadas. O total de 573 animais foram classificados
em três grupos com base no valor genético estimado (EBV) para escore Famacha© (FAM),
volume globular (VG) e ovos por grama de fezes (OPG) com 106 resistentes, 217 resilientes e
250 suscetíveis. O total de 305 animais apresentam CNVs, 72 resistentes, 152 resilientes e 141
suscetíveis. O total de 98 CNVs que foram agrupadas em 93 CNVRs (53 de ganho e 40 de
perda) foram identificadas em ovinos resistentes, 225 CNVs agrupadas em 197 CNVRs (107
ganho e 90 perdas), 197 CNVs agrupados em 172 CNVRs (104 ganho e 68 perdas). Tais CNVRs
contêm 65, 177 e 437 genes codificados de proteínas em animais resistentes, resilientes e
suscetíveis, respectivamente. Foram identificados os genes ALOX12, ALOX15, ARRB2,
CADM4, CLDN10, COL1A1, FA2H, ITGAL, LOC101113251, MYL11, PLOD1, PPP1R9B,
PRKCB, SHC1 e SMAD2 em animais resilientes, e os genes AL3B1, ALDH16A1, AQP4, AQP8,
BAX, BCL2, BH4_2, CABP4, CDH23, FUT1, FUT2, GAS2L2, HIP1R, HPCAL4, HRC, KLK5,
KLK6, LOC101103862, LOC101103612, LOC101104114, LOC101105044, LOC101116570,
LOC101111922, PRKG1, RFFL, SLC8A2, SERPINB5, SERPINB7, SERPINB11, SERPINB12,
SPINK5, TCIRG1, TRAF4 e UNC5B em animais suscetíveis. A análise de enriquecimento
funcional revelou em animais resilientes 8 termos de ontologia gênica (GO), 5 vias metabólicas
(KEGG). Nos animais suscetíveis 14 termos de GO e 12 KEGG. No grupo de animais
resistentes, não foram revelados termos significativos, possivelmente devido ao pequeno
número de genes identificados. Genes significativos associados ao sistema imune e resposta
inflamatória foram identificados nos grupos resilientes e suscetíveis. Este estudo oferece
suporte para descobrir regiões genômicas relacionadas a resistência, resiliência e suscetibilidade
aos endoparasitas gastrointestinais, interagindo GWAS, CNV e CNVR e possibilitando a
identificação mais exata de regiões genômicas associadas às características estudadas. Os
resultados contribuem para o avanço dos programas de melhoramento genético em ovinos,
fornecendo bases para reduzir o uso de anti-helmínticos, aumentar a eficiência produtiva e
promover sistemas de criação mais sustentáveis.
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CORRIDAS DE HOMOZIGOSE PARA RESISTÊNCIA AOS NEMATÓDEOS GASTROINTESTINAIS EM OVINOS
Veridiana de Campos Castro
resumo
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A resistência aos nematódeos gastrintestinais (NGI) é uma característica de grande
importância na ovinocultura, pois infecções parasitárias reduzem a produtividade e
comprometem o bem-estar animal. O conhecimento sobre a genômica associada à
resistência auxilia na seleção de indivíduos mais adaptados, diminuindo a
dependência de anti-helmínticos e contribuindo para sistemas de produção mais
sustentáveis. Este estudo analisou corridas de homozigosidade (ROH) para investigar
a estrutura genômica de ovinos Santa Inês e identificar regiões potencialmente
associadas à resistência endoparasitária. Foram avaliados 638 animais genotipados
com o Ovine SNP50 BeadChip (Illumina), considerando fenótipos de resistência
obtidos por contagem de ovos por grama de fezes (OPG), volume globular (VG) e
coloração da conjuntiva ocular (CCO). As ROH foram identificadas no software PLINK
e caracterizadas quanto à frequência, distribuição e impacto na variabilidade genética.
A análise revelou predominância de segmentos de ROH pequenos e médios (2–8 Mb),
sugerindo histórico de seleção moderada. O cromossomo OAR2 apresentou o maior
número de ROH e o OAR25 apresentou a maior frações coberta por ROH, indicando
regiões possivelmente sob seleção positiva. Entre os genes mapeados, destacaram
se CAVIN2, KIAA2012 e PDIA4, com variantes missense exclusivas em animais
resistentes, indicando possível participação na resposta imune contra endoparasitas.
A análise de hotspots mostrou 112 SNPs compartilhados entre todos os grupos
(resistentes, resilientes e suscetíveis), sugerindo a presença de variantes comuns
relacionadas a mecanismos basais de defesa contra parasitas. Também foram
identificados SNPs exclusivos em cada grupo, os quais podem estar associados a
mecanismos específicos de resposta imune ou susceptibilidade. Os resultados
demonstram que a análise de ROH é uma ferramenta eficiente para identificar regiões
associadas à resistência aos NGI, oferecendo subsídios para programas de
melhoramento voltados a aumentar a produtividade, reduzir custos com
medicamentos e promover a sustentabilidade da produção ovina, com ganhos diretos
ao produtor.
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EFEITO DE POLIFENÓIS E DÉFICIT HÍDRICO NA PRODUÇÃO E QUALIDADE NUTRICIONAL DO CAPIM MOMBAÇA
Iara Dias de Deus
resumo
| íntegra (PDF)
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O presente estudo teve como finalidade investigar o uso de bioestimulantes à base de polifenóis
e o déficit hídrico na produção e valor nutricional da forragem de capim Mombaça. A pesquisa
foi conduzida em uma casa de vegetação no Instituto de Zootecnia de Nova Odessa, SP,
utilizando a cultivar Megathyrsus maximus cv. Mombaça. uso de bioestimulantes à base de
polifenóis, foi combinado um fatorial 2x6, considerou-se a aplicação ou não do Polifenol
Bioestimulante (PB) no tratamento de sementes (TS) na dosagem de 100 ml do produto para
100 kg de sementes [com (TS) e sem aplicação (S)], e aplicação foliar de PB em seis doses: 0,
125, 250, 500 e 750 ml para a formulação 1 (PB01) e uma dose única de 250 ml para a
formulação 2 (PB02). Quanto ao déficit hídrico, os tratamentos foram conduzidos em duas
condições: 80% da capacidade de campo (CC) e 40% da capacidade de campo (déficit hídrico – DH). Durante o primeiro ciclo de crescimento, todos os vasos foram mantidos em CC,
enquanto no segundo ciclo, metade dos vasos foi submetida ao DH, com uma redução de 50%
na irrigação. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados com três
repetições, totalizando 72 unidades experimentais representadas por vasos. As aplicações do
PB na área foliar ocorreram 24 dias após o plantio. O primeiro corte foi realizado 21 dias após
o desbaste e o segundo aos 49 dias. Foram avaliadas a biomassa aérea e radicular, composição
bromatológica e mineral. O capítulo 2 apresenta os resultados isolados do bioestimulante a base
de polifenóis (tratamento de sementes e foliar). O tratamento de sementes com bioestimulante
resultou em aumento da área foliar, valor SPAD e massa seca das folhas, além de reduzir os
teores de fibra (FDN e FDA) e elevar parcialmente as concentrações de macrominerais na
forragem. No capítulo 3, o manejo em déficit hídrico (40% da capacidade de campo) causou
significativa redução na biomassa aérea e radicular, área foliar e número de perfilhos, além de
alterar a alocação de biomassa. Apesar da redução no crescimento, o déficit hídrico elevou o
valor nutritivo das folhas, com aumento nos teores de N e K e maior digestibilidade in vitro da
matéria seca. Os resultados evidenciam que o uso de bioestimulantes pode potencializar o
crescimento e a qualidade nutricional do capim Mombaça, enquanto o déficit hídrico impacta
negativamente o desenvolvimento, apesar da melhoria da qualidade nutricional das folhas neste
período.
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EFEITOS DA MUDANÇA DO USO DA TERRA E DO MANEJO AGRÍCOLA NOS ESTOQUES DE CARBONO DO SOLO EM PASTAGENS
Rafaela Ferraz Molina
resumo
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O aumento das concentrações de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, causado por
atividades humanas, contribui significativamente para o aquecimento global e as mudanças
climáticas. De forma simultânea e interferindo nas concentrações dos GEE, o Brasil vem
passando por grandes mudanças do uso e do manejo da terra. Práticas conservacionistas como
plantio direto e sistemas integrados de produção agropecuária são estratégias eficazes para
mitigar as emissões de GEE ao aumentar o conteúdo de carbono (C) do solo. Este estudo
objetivou determinar os fatores de mudança do C orgânico do solo (COS) devido à mudança
do uso da terra (MUT) de vegetação natural do bioma Mata Atlântica para pastagem não
manejada; de pastagem não manejada para monocultivo de soja em plantio direto; e de
pastagem não manejada para pastagem em integração lavoura-pecuária-floresta. A abordagem
envolveu o pareamento de áreas com tipo de solo (Latossolo) e texturas semelhantes, diferindo
em uso ou manejo: vegetação natural (VN), sistema extensivo de produção em pastagem (SE),
sistema intensivo de produção em pastagem com consórcio de grãos e mogno (iLPF) e cultivo
de grãos (PD). A densidade do solo e o teor de C foram determinados para estimar os estoques
de C no solo (ECS). Amostras indeformadas para densidade foram retiradas de quatro
trincheiras em cada área nas camadas 0-5, 5-10, 10-20, 20-30, 30-40, 40-60, 60-80 e 80-100
cm. O teor de C foi analisado para as mesmas camadas, usando amostras compostas coletadas
ao redor de cada trincheira com trado holandês. Foi determinado o ECS, taxa anual de acúmulo
de C, fator de mudança do COS e composição isotópica do C. A MUT de VN para SE resultou
em acréscimo de COS na superfície do solo (0-30 cm), com valor de δ13C característico de
planta C4, indicando contribuição da pastagem na deposição de COS. Não foi observada
diferença em subsuperfície (30-100 cm) e no perfil (0-100 cm). A mudança de manejo da terra
de SE para iLPF acarretou adição de COS na superfície, subsuperfície e perfil, com valores de
δ13C indicando contribuição de planta C4 no aporte de C na superfície e de C3 em subsuperfície.
A MUT de SE para PD não modificou significativamente os ECS acumulado em superfície,
subsuperfície e perfil. As taxas anuais de acúmulo de COS de VN para SE, SE para iLPF e SE
para PD foram de 0,34, 3,10 e 0,36 Mg C ha-1 ano-1 (0-30 cm) e 0,34, 5,38 e 2,35 Mg C ha-1
ano-1 (0-100 cm), respectivamente. Conclui-se que os com fatores de mudança após a MUT de
VN para SE, SE para iLPF e SE para PD são de 1,24, 1,52 e 1,03, respectivamente.
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EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE BUTIRATO DE SÓDIO NO COMPORTAMENTO DE BEZERROS LEITEIROS EM FASE DE DESALEITAMENTO
Mariana Benetti Figueiredo
resumo
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O desaleitamento é marcado por mudanças comportamentais e alimentares. O butirato de sódio
pode estimular o consumo de alimentos sólidos, mitigando o estresse ocasionado pelo período
de transição. O uso de equipamentos eletrônicos é capaz de gerar informações detalhadas sobre
o consumo e o comportamento animal. Este estudo investigou a ação do butirato de sódio como
suplemento alimentar no comportamento, desempenho e haptoglobina no sangue de bezerros
leiteiros em fase de desaleitamento. Foram utilizados 24 bezerros machos da raça Holandesa,
mantidos em sistema coletivo e com controle individual de água, concentrado e sucedâneo,
aferidos por sistemas automatizados. Os animais foram distribuídos em delineamento em
blocos casualizados em dois tratamentos: C = controle (sem suplementação); BC= com
suplementação de 3 g/ kg de matéria seca (MS) de butirato de sódio no concentrado. No período
de pré-desaleitamento (D42 a 49) e desaleitamento (D50 a 63) foram avaliados diariamente o
comportamento alimentar de sucedâneo, concentrado, água e atividade geral e ócio. Nos dias
35, 42, 49, 56, 63, realizou-se a avaliação do desempenho dos animais e a análise da
haptoglobina plasmática nos dias 49, 53, 59 e 63, a fim de correlacionar com o estresse no
período de transição de dieta. Para todas as análises do experimento foi adotado um nível de
significância P<0,05. Neste estudo, a suplementação com butirato de sódio não afetou o
comportamento alimentar, atividade geral ócio, desempenho e os níveis de haptoglobina
(P>0,05). No entanto houve aumento de duração de visita total (P=0,006), duração de visitas
com ingestão (P=0,004) e tempo de permanência vespertino (P=0,009) no BC para o
comportamento alimentar de água, durante o período de pré-desaleitamento e desaleitamento,
comparado ao grupo controle. O tempo influenciou a maioria das variáveis. A suplementação
com butirato de sódio aumentou a duração e frequência das visitas ao bebedouro em períodos
de pré-desaleitamento e desaleitamento, mas não afetou outras variáveis de comportamento
alimentar ou desempenho geral. A influência exata do aditivo no comportamento de ingestão
de água ainda é incerta. As mudanças comportamentais observadas são explicadas pelo plano
alimentar e o crescimento dos animais.
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ESTUDO DO POLIMORFISMO DO GENE DA KAPPA CASEÍNA (CSN3) EM BÚFALOS (Bubalus bubalis)
Flavia Fernanda Carneiro Santana
resumo
| íntegra (PDF)
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O leite de búfalos possuí elevado valor comercial devido as características do leite,
com alto rendimento na produção de derivados, principalmente o queijo, que é o
produto de praticamente toda a produção no país. As caseínas são as proteínas mais
abundantes do leite, e dentre elas se destaca a kappa-caseína, codificada pelo gene
CSN3. Dentre suas funções, a kappa-caseína possuí um importante papel na
estabilização das micelas de caseína, podendo alterar o processo de coagulação do
leite, crucial para a produção dos derivados. Já foram encontradas 11 variantes
alélicas para o gene CSN3 em bubalinos, porém o A e o B são os mais comuns, e o
B é associado ao aumento de 8 a 10% no teor de proteína do leite, além do aumento
de gordura, o que pode influenciar na produção de queijo pela maior coagulação,
quando comparamos com a variante A. Existe a possibilidade de se obter marcadores
moleculares de genes que codificam as principais proteínas do leite para selecionar
características específicas. Este estudo objetivou a genotipagem do gene CSN3 da
kappa-caseína em 538 bubalinos de seis propriedades localizadas no Estado de São
Paulo, sendo 523 fêmeas e 15 machos. A genotipagem foi feita através da
padronização de uma metodologia baseada em qPCR seguida da análise de HRM.
Desse montante, um total de 100 amostras de DNA dos animais foram enviadas para
o sequenciamento pelo método de Sanger para validação das técnicas e identificação
das variantes presentes no gene CSN3. Com a genotipagem, foram encontrados
apenas os alelos A e B, com as seguintes frequências: 68,7% e 31,3%
respectivamente, e as frequências genotípicas foram AA 46,3% (249 animais), AB
44,8% (241 animais) e BB 8,9% (48 animais).
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