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DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS em 2019
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ANÁLISE DO LEITE COMO FERRAMENTA PARA A ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM PROPRIEDADES DE BÚFALAS LEITEIRAS
Marcelo Ament Giuliani dos Santos
resumo
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O leite bubalino é um produto de interesse para a indústria láctea, que tem na muçarela de búfala o seu principal produto. A bubalinocultura em Sarapuí e região é uma cadeia produtiva bem definida, atraindo o interesse de alguns produtores. Com a finalidade de acompanhar as variações na qualidade do leite de búfala ao longo do ano. Identificar o principal desafio para sua melhoria. Correlacionar as características produtivas com a qualidade do leite de búfala e desta forma direcionar a assistência técnica nas orientações para a melhoria da qualidade do leite de búfala foi desenvolvido este trabalho. Foram utilizadas 18 propriedades rurais em Sarapuí e região, que comercializaram seu leite com a Cooperativa dos produtores de leite e demais produtos da agricultura familiar do município de Sarapuí e Região (COLAF). No período de janeiro a dezembro de 2018, foram realizadas coletas mensais do leite armazenado em cada propriedade e procedidas as análises para os parâmetros de higiene, por meio da contagem padrão em placa – CPP, sanidade, através da contagem de células somáticas - CCS e composição (gordura, proteína, lactose, extrato seco desengordurado – ESD, sais minerais e nitrogênio ureico do leite - NUL). A época do ano influenciou todas as características estudadas, com exceção da CPP, que foi a maior restrição quanto à qualidade. Do total de 205 amostras avaliadas no período do trabalho, 34% estavam em desacordo com a resolução SAA 03, de 10 de janeiro de 2008, que prevê o limite de 500x10³ UFC/mL para o leite de búfala. Separando os produtores em dois grupos pelo limite da CPP, houve diferença significativa para as porcentagens de gordura e ESD e para CCS. Para identificar os principais fatores correlacionados as características de produção em cada um dos grupos, divididos pela CPP, foi realizada análise de correspondência múltipla. O resultado desta análise demonstrou que a adoção das boas práticas de ordenha são as principais diferenças entres os grupos, sendo que os produtores que adotam, principalmente as recomendações ligadas a higiene na ordenha possuem leite de melhor qualidade. A identificação desses fatores é de grande importância para direcionar os trabalhos da extensão rural na melhoria da higiene do leite de búfalas, sendo todas medidas de simples adoção, sem exigência de investimento de capital. A tendência dos laticínios em valorizar o leite pela qualidade pode influenciar o produtor na adoção destas práticas, sendo necessário que a assistência técnica esteja capacitada.
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DIGESTIBILIDADE E MICROBIOTA RUMINAL DE CORDEIROS COM SUPLEMENTAÇÃO LIPÍDICA À BASE DE TORTA DE MACADÂMIA
Lumena Souza Takahashi
resumo
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A produção de carne tornou-se o principal objetivo da ovinocultura no Brasil, e, visando a produção sustentável, torna-se necessária a utilização de recursos alternativos. Coprodutos agroindustriais são uma importante fonte alternativa de nutrientes para alimentação animal, promovendo a redução da contaminação ambiental e dos custos de produção. Além disso, coprodutos de espécies oleaginosas são utilizadas como fonte de lipídeos na dieta animal. A torta de macadâmia foi apontada como substituto de sucesso a outros tipos de grãos convencionais, tornando viáveis estudos relacionados à digestibilidade e consumo de torta nas dietas, bem como o conhecimento da microbiota ruminal e da provável melhoria de sua eficiência, buscando a maximização da produção e a redução de custos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da suplementação lipídica em níveis crescentes de torta de macadâmia na dieta de cordeiros sobre a digestibilidade da dieta e a microbiota ruminal. Foram utilizados 31 cordeiros Dorper x Santa Inês, alimentados com dieta composta por 30% de volumoso e 70% de concentrado (milho triturado, farelo de soja, torta de macadâmia e sal mineral), em quatro tratamentos com 0%, 4,5%, 8,5% e 14% de inclusão de torta de macadâmia na dieta. Os animais foram submetidos à ensaio de digestibilidade in vivo e à coleta de líquido ruminal ao final do experimento, a fim de obter as características da microbiota ruminal. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Não houve efeito de tratamento (p>0,05) para consumo de matéria, coeficientes de digestibilidade aparente de extrato etéreo, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, hemicelulose e extrativo não nitrogenado. Assim como para ingestão de energia bruta, energia digestível, energia metabolizável e balanço de nitrogênio. Houve efeito de tratamento sobre coeficientes de digestibilidade aparente de matéria seca (p=0,0197), matéria orgânica (p=0,0392), energia bruta (p=0,0295) e proteína bruta (0,0023). Houve efeito de tratamento (p<0,05) sobre os microrganismos ruminais, com exceção de Archaea. A torta de macadâmia mostrou-se eficaz para substituição de alimentos energéticos em níveis até 14% de inclusão na alimentação de cordeiros, sem diminuir o consumo e digestibilidade da dieta e sem causar prejuízos a microbiota ruminal. O nível máximo ideal observado foi o de 8,5% de inclusão de torta de macadâmia na dieta de cordeiros.
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EFICIÊNCIA ALIMENTAR E INCLUSÃO DE GLICERINA BRUTA NA DIETA DE BOVINOS NELORE EM TERMINAÇÃO
Gabriele Voltareli da Silva
resumo
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Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar e quantificar as relações existentes entre o consumo alimentar residual (CAR), inclusão de glicerina bruta na dieta, características de carcaça e qualidade de carne em bovinos Nelore. Foram utilizados 28 animais não castrados, avaliados previamente quanto ao CAR, terminados em confinamento, com dietas formuladas com silagem de milho, milho moído, casca de soja, farelo de girassol e núcleo mineral, incluindo ou não o ingrediente glicerina em substituição ao milho. Os animais foram abatidos quando atingiram o tempo de 96 dias de confinamento. Após o abate, foram determinados peso de carcaça quente, rendimento de carcaça, peso de alguns componentes não- carcaça, peso de carcaça resfriada e de seus respectivos cortes primários, área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea, peso de cortes cárneos comerciais e coletadas amostras do músculo Longissimus para análises de composição química, cor, perfil de ácidos graxos, força de cisalhamento, perdas por cocção e índice de fragmentação miofibrilar da carne não maturada e após 7 e 14 dias de maturação. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com arranjo fatorial com 2 fatores, as análises de variância foram realizadas pelo procedimento MIXED do programa SAS, considerando como efeitos fixos classe de CAR e dieta, e como efeito aleatório o grupo genético. As médias foram calculadas pelo método dos quadrados mínimos e comparadas pelo teste de t ao nível de 5% de probabilidade. Dentre todas as variáveis estudadas, diferenças significativas entre as classes de CAR foram detectadas para força de cisalhamento na carne não maturada (4,68 vs 3,69 kg, P = 0,0237 para CAR negativo e positivo, respectivamente, e concentração do ácido graxo cis-vacênico (1,62 vs 1,81 g/100g, P = 0,0062 para CAR negativo e positivo, respectivamente). Foi detectado efeito significativo da presença do ingrediente glicerina na dieta no percentual de proteína (30,4 vs 37,6 g/100g, P = 0,0368 para dieta sem e com glicerina, respectivamente) e gordura (31,3 vs 27,2 g/100g, P = 0,0485 para dieta sem e com glicerina, respectivamente) do músculo Longissimus. No perfil de ácidos graxos foi observada diferença entre as dietas, principalmente nos ácidos pentadecanoico (0,366 vs 0,540 g/100g, P = 0,0052), palmítico (26,1 vs 24,7 g/100g, P = 0,0386), heptadecanoico (1,06 vs 1,53 g/100g, P = 0,0235), heptadecenoico (0,984 vs 1,52 g/100g, P = 0,0285) e esteárico (12,5 vs 11,6 g/100g, P = 0,0441), respectivamente para animais alimentados sem e com glicerina. Bovinos Nelore de diferentes fenótipos de CAR e alimentados com glicerina apresentam boas características de carcaça e de qualidade de carne, enfatizando a importância do uso de características de eficiência alimentar e do subproduto em rebanhos bovinos de corte.
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EFICIÊNCIA ALIMENTAR E PRODUTIVIDADE MATERNA DE VACAS DA RAÇA NELORE
Danielly Fernanda Broleze
resumo
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O consumo alimentar residual (CAR) é uma característica de eficiência alimentar que expressa a diferença entre o consumo observado e o predito, e identifica animais que consomem menor quantidade de alimento independente de características de mantença e produção. O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficiência alimentar de vacas Nelore em lactação, e o efeito da classe de eficiência alimentar no desempenho e produtividade das vacas, do nascimento à desmama dos bezerros. Foram avaliadas 53 vacas contemporâneas, com peso médio inicial de 484±43 kg e idade média de 1120±37 dias, submetidas a teste de desempenho no GrowSafe® Systems, dos 22±5 até os 190±13 dias em lactação, para obtenção do consumo de matéria seca (CMS) diário. A dieta foi volumosa, com relação volumoso:concentrado de 90:10. Vacas e bezerros foram pesados a cada 23 dias, para o cálculo da eficiência produtiva (EP). Foram também obtidos o ganho médio diário (GMD) e o peso corporal médio metabólico (PV0,75), utilizados no cálculo do CAR das vacas e avaliação do desempenho dos bezerros. A produção de leite das vacas foi avaliada aos 63±5, 84±5 e 152±5 dias em lactação por meio de ordenha mecânica. O leite foi analisado quanto aos teores de gordura, proteína e lactose, constituintes utilizados para o cálculo da produção de leite corrigida (PLC) para energia. Aos 21±5, 82±5, 143±8 e 184±12 dias em lactação as vacas foram avaliadas quanto à espessura de gordura subcutânea (EGS) por ultrassonografia. Aos 15±5, 41±5, 62±5 e 124±5 dias após o parto, foram coletadas amostras de sangue para análises dos metabólitos de “status” energético (glicose, colesterol, triglicérides e β-hidroxibutirato), “status” proteico (albumina, ureia e creatinina), “status” mineral (cálcio, fósforo e magnésio) e “status” hormonal (insulina e cortisol). O CAR das vacas foi calculado considerando CMS, GMD e PV0,75 obtidos na primeira fase de lactação (dos 22±5 aos 102±7 dias em lactação), e as vacas foram classificadas em CAR negativo (mais eficientes) ou CAR positivo (menos eficientes). O modelo de CAR explicou 53% da variação do CMS. As médias de CMS, GMD, PLC, EGS e EP foram de 12,47±2,70 kg MS/dia, 0,632±0,323 kg/dia, 10,47±3,23 kg/dia, 8,85±3,43 mm e 36,61±5,39 %, respectivamente, com média de peso dos bezerros à desmama de 225±32 kg. Vacas CAR negativo consumiram 11,5% menos MS que vacas CAR positivo, com desempenho e perfil metabólico similar, exceto pela menor quantidade de proteína no leite e maior concentração de colesterol no sangue que vacas CAR positivo. Em conclusão, vacas CAR negativo (mais eficientes) consumiram menor quantidade de matéria seca, sem diferenças na quantidade de leite corrigido para energia e na espessura de gordura subcutânea, apresentaram perfil metabólico similar e desmamaram bezerros com desempenho semelhante quando comparadas às vacas CAR positivo (menos eficientes). Portanto, o CAR se torna útil na seleção das matrizes do rebanho, pois os animais mais eficientes consomem menores quantidades de alimento sem perdas em produtividade, produzindo bezerros com desempenho semelhante aos de vacas com maior consumo de alimento por dia.
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ESTRESSE TÉRMICO EM BOVINOS DAS RAÇAS NELORE E CARACU
Sérgio Brasil Garcia Pimenta Neves Pereira Lima
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As dificuldades climáticas enfrentadas na produção animal em países de clima tropical levam a busca de soluções para aumentar a produtividade do rebanho, sendo que uma das alternativas é a utilização de raças adaptadas a elevadas temperaturas. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de temperaturas elevadas em 78 bovinos machos das raças Caracu e Nelore, submetidos a situação de estresse térmico. Foram mensuradas as características fisiológicas frequências cardíaca e respiratória, além da temperatura dorsal e retal, índice de tolerância ao calor e nível de cortisol. Foi realizada análise estatística com auxílio do programa SAS 9.2, por meio de proc MIXED, com teste de comparação de médias Tukey a 5% de significância. O modelo utilizado incluiu o efeito fixo de tratamento (manhã, sol e sombra) raça (Nelore e Caracu), mês da coleta (outubro, dezembro, fevereiro e março) e a interações entre efeitos. Foi observado dentro do mês de dezembro que o tratamento sol a temperatura de superfície dos animais da raça Caracu (43,3ºC) e Nelore (40,8ºC), foi superior em comparação ao tratamento sombra (36,0ºC Caracu e 35,8ºC Nelore), a raça Caracu teve uma maior temperatura de superfície em relação a raça Nelore, o qual pode ter causado aumento da temperatura interna observado no tratamento sol (39,4ºC) em relação ao tratamento sombra (39,1ºC), esse aumento da temperatura interna dos animais da raça Caracu demonstra uma maior sensibilidade as variações da temperatura ambiente pela raça Caracu, visto que a raça Nelore manteve sua temperatura interna (39,2ºC) em ambos tratamentos (sol e sombra). Apesar das variações da temperatura interna, as raças Caracu e Nelore não apresentaram necessidade de um aumento nas frequências cardíaca e respiratória afim de aumentar a perda de calor para o ambiente e manter a homeostase térmica. A verificação da exposição ao sol ter causado estresse nos animais não foi observada, entretanto foi observado um maior estresse dos animais entre os períodos da manhã e da tarde, possivelmente causado pela variação da temperatura ambiente entre os períodos. Apesar das variações fisiológicas observadas nas duas raças, as raças Caracu e Nelore demonstraram resistência a exposição ao sol, apresentando estar adaptadas as situações de calor.
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ESTUDO DE CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS DA RAÇA GIR LEITEIRO
Bruna Hortolani
resumo
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O trabalho teve como objetivo estudar as características produtivas da raça Gir Leiteiro. Foram estimados os parâmetros genéticos para as características de peso da vaca ao parto e produção de leite. Também foram avaliadas as frequências genotípicas dos animais para a beta-caseína e kappa-caseína, bem como sua associação com as características de produção e composição do leite. No estudo de estimativa de parâmetros genéticos para peso da vaca ao parto (PP) e produção de leite acumulada aos 305 dias de lactação (P305) foram utilizadas análises bicaracterísticas, sob um modelo animal, com dados oriundos de 2 fazendas, de partos ocorridos entre os anos de 1984 a 2019. Foram utilizadas 1.587 informações de pesos da vaca ao parto (PP) e 3.617 lactações encerradas (P305), pertencentes a 2.131 fêmeas. Os efeitos aleatórios considerados no modelo foram os efeitos genético-aditivo direto, de ambiente permanente e residual e, os efeitos fixos de grupos de contemporâneos e a idade da vaca ao parto como covariável (efeito linear e quadrático). As herdabilidades estimadas foram de 0,20 e 0,28 para PP e P305, respectivamente. A correlação genética estimada entre PP e P305 foi positiva e de moderada magnitude (0,60), indicando que a seleção para ambas características possa ser realizada de forma simultânea. No estudo de polimorfismos da beta-caseína e kappa-caseína foram estimadas as frequências alélicas e genotípicas na raça Gir Leiteiro, bem como os efeitos dos genótipos sobre a produção (P305) e composição do leite (gordura e proteína). Os dados analisados foram provenientes de 2.496 animais, sendo 408 machos e 2.088 fêmeas. Para os machos, a frequência genotípica para beta-caseína foi de 0,01, 0,15 e 0,84 para os genótipos A1A1, A1A2 e A2A2, respectivamente. Para as fêmeas a frequência genotípica para a beta-caseína foi similar, de 0,01 0,19 e 0,80 para A1A1, A1A2 e A2A2, respectivamente. A frequência alélica para a beta-caseína foi de 0,09 para o alelo A1 e 0,91 para o A2, nos machos e, nas fêmeas, de 0,11 para o alelo A1 e de 0,89 para o alelo A2. A frequência genotípica para kappa-caseína para os machos foi de 0,83, 0,16 e 0,01 para os genótipos AA, AB e BB, respectivamente, e 0,82 0,17 e 0,01, para os genótipos AA, AB e BB para as fêmeas, respectivamente. As frequências alélicas foram semelhantes, sendo de 0,90 para o alelo A e 0,10 para o alelo B nos machos e de 0,91 para o alelo A e 0,09 para o alelo B, nas fêmeas. Nas análises de variância para produção e composição do leite houve efeito significativo de ambos os genótipos (beta-caseína e kappa-caseína) sobre a produção de leite (p<0,05), com média estimada superior para os animais com o genótipo A2A2 da beta-caseína e para AA da kappa-caseína. Estimou-se o efeito da substituição alélica para a beta-caseína com aumento de 217,31 kg de leite para o alelo A2, e aumento de 275,57 kg de leite para o alelo A da kappa-caseína. Para a composição do leite não houve efeito significativo (p<0,05) dos genótipos da beta-caseina ou kappa-caseína sobre a produção de gordura e de proteína no leite.
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FREQUÊNCIAS E SEVERIDADES DE DESFOLHAÇÃO EM PASTO CONSORCIADO DE LEGUMINOSA E GRAMÍNEA
Bruna Zanini Uzan
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Atualmente as demandas por sustentabilidade ambiental, econômica e social nos sistemas de produção agropecuários vem aumentando. O uso de pastagens consorciadas entre gramíneas e leguminosas forrageiras é uma alternativa na produção de alimentos aos animais, uma vez que pode gerar aumento na produção e melhorias no valor nutritivo da forragem ofertada, e também, devido ao poder de diminuição da emissão do metano entérico dos animais em pastejo. Porém, esta é uma técnica em que os estudos vêm sendo retomados recentemente, e necessita ser mais explorada para seu melhor aproveitamento. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar combinações de frequências e severidades de desfolhação em pasto consorciado de Capim-Marandu e Leguminosa Macrotiloma para gerar adequada proporção de leguminosa na massa de forragem, perenidade do consorcio, produtividade de forragem e que a composição química da forragem cause menor emissão de metano in vitro.
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GANHO DE PESO E COMPORTAMENTO INGESTIVO DE NOVILHAS DAS RAÇAS HOLANDESA E GIROLANDO EM PASTOS DE CAPIM-MARANDU RECEBENDO SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA
Fabio Pinese
resumo
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A produção de bovinos no Brasil baseia-se principalmente no uso do pasto como principal fonte de nutrientes. A suplementação, aliada ao correto manejo do pastejo, tem sido uma das principais ferramentas de manejo para otimizar a produção animal em pastagens. Entender como o animal ajusta seu comportamento ingestivo, determinando-se os tempos despendidos com alimentação, ruminação e ócio é fundamental para desenvolvimento de estratégias de suplementação animal em pastagens. Este trabalho foi realizado com o objetivo de verificar se pode haver ganho em desempenho de novilhas Holandesa e Girolanda recebendo suplementos proteicos diferenciados em pastos de capim-marandu. Para isso, foram avaliados o ganho de peso diário e o comportamento ingestivo diurno de novilhas das raças Holandesa e Girolando em pastos de capim-marandu manejados em sistema de lotação intermitente, com alturas do dossel pré-pastejo de 25 cm e pós-pastejo de 15 cm, recebendo dois suplementos proteicos formulados de forma a atender 100 e 140% da necessidade de proteína degradável no rúmen (PDR), em delineamento inteiramente casualizado. O experimento foi conduzido no Instituto de Zootecnia (Nova Odessa/SP) em área de 9 ha dividida em 18 piquetes com aproximadamente 5.000 m² cada. Foram mensuradas as atividades relacionadas ao comportamento ingestivo taxa de bocados, passos por estação alimentar e estações alimentares por minuto, o ganho de peso dos animais, estimativas da produção de gases e a degradabilidade in vitro dos pastos de capim-marandu, e analise de derivados de purina da urina dos animais. As condições de altura do dossel forrageiro (pré e pós-pastejo) alteraram o comportamento diurno dos animais. Durante o pós-pastejo as novilhas apresentaram maior tempo de pastejo (427 minutos), menor tempo de ruminação (93 minutos), menor taxa de bocados (26 bocados / min) e visitaram menos estações alimentares por minuto (2) em relação ao pré-pastejo. A suplementação com 140% PDR proporcionou maior tempo de pastejo (417 minutos), menor tempo de ruminação (108 minutos), maior taxa de bocados (34 bocados / min) e maior número de passos entre as estações alimentares quando comparada à suplementação com 100% PDR. As novilhas da raça Holandesa efetuaram maior número de passos entre estações alimentares (1,8) e visitaram menos estações por minuto (2,0) em relação às Girolando. Durante o verão os animais apresentaram menor tempo de pastejo (389 minutos) e menor taxa de bocados (28 bocados / min) em relação ao outono. O ganho médio de peso diário dos animais não diferiu entre suplementos (P= 0,3021) utilizados e raças (P= 0,3019). Não houve diferença no acúmulo de forragem entre os períodos avaliados. As variáveis estudadas interferiram diretamente no comportamento diurno dos bovinos. Não houve influência dos tratamentos para os derivados de purinas.
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INDICADORES DE BEM-ESTAR DE POEDEIRAS SEMIPESADAS ALOJADAS EM DIFERENTES DENSIDADES
Tatiane Cristina Lagassi
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Foram utilizadas 432 poedeiras semipesadas com 20 semanas ao início do período experimental, distribuídas em um delineamento em blocos completos aleatorizados sendo estes caracterizados pela concatenação das linhagens com colunas de gaiolas; os tratamentos foram quatro densidades ou taxas de lotação na gaiola (375; 450; 562,50 e 750 cm2/ave) com seis repetições, totalizando 96 parcelas experimentais. As rações foram formuladas de acordo com as recomendações dos manuais de manejo. O desempenho foi obtido através do peso dos ovos (g), consumo de ração (g/ave/dia), conversão alimentar por dúzia (kg/dz) e por quilo de ovo (kg/kg), percentagem de postura (%) e massa de ovos (g/ave/dia). A qualidade dos ovos avaliada através do peso dos ovos, resistência à quebra (RQ), altura do albúmen, unidades Haugh (UH), espessura da casca (EC), percentagens de gema, albúmen e casca (%) e índice gema. O bem-estar das aves foi avaliado através de indicadores clínicos e fisiológicos das aves, com as variáveis escores de lesão e batimentos cardíacos analisados com auxílio do pacote estatístico PROC MIXED do SAS (1994), sob modelo misto, considerando os efeitos da densidade, período e a interação entre estes, como fixos, além dos efeitos aleatórios de bloco e resíduo. Além disso, por se tratar de medidas repetidas longitudinalmente, buscou-se a melhor estrutura de covariância para cada variável. Quando adequado, aplicou o teste de Tukey-kramer para a comparação de médias (p<0,05). Não houve efeitos significativos (p>0,05) das densidades de alojamento para as variáveis peso dos ovos, conversão por dúzia e por quilo de ovos, mas efeitos significativos foram observados (p<0,05) na percentagem de postura, massa de ovos e consumo de ração, favorecidas nas densidades 750 cm2 e 562,5 cm2 (3 e 4 aves por gaiola), mas com maior consumo de ração nes- tes tratamentos, quando comparada as demais densidades. O aumento do número de aves nas gaiolas diminuiu o consumo de ração, a percentagem de postura e a massa de ovos. Não houve efeito significativo (p>0,05) das densidades sobre para as variáveis peso dos ovos, percentagens de gema, albúmen, casca e unidades Haugh, mas efeitos significativos (p<0,05) foram observados na espessura de casca e resistência a quebra, com os maiores valores de espessura de casca e resistência a quebra observados nos tratamentos 562,5 cm2, seguido de 450 cm2 e 375 cm2 e os menores valores na densidade 750 cm2. Não houve diferenças significativas (p>0,05) das densidades sobre a frequência cardíaca, temperatura cloacal e lesões na crista, quilha e abdômen, mas efeitos significativos (p<0,05) foram observados nas patas e empenamento das aves, onde o aumento do número de aves na gaiola prejudicou o empenamento, mas piorou as lesões nas patas. Não houve efeitos significativos (p<0,05) das densidades de alojamento sobre a produção de imunoglobulina IgY na gema dos ovos. Conclui-se que altas densidades de alojamento, prejudicam o bem-estar das poedeiras com produção de ovos de qualidade externa inferior.
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META-ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA E QUALIDADE DE CARNE DE BOVINOS ABATIDOS COM DIFERENTES ACABAMENTOS
Tatiane Ganassim Pinheiro
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O estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a influência das diferentes classes de espessura de gordura subcutânea nas característica de carcaça e qualidade de carne de bovinos de corte através de meta-análise de quinze experimentos de terminação e abate conduzidos ao longo de 24 anos, totalizando 660 animais das raças Nelore, Caracu, Guzerá e Gir. O modelo estatístico incluiu os efeitos fixos de classes de espessura de gordura subcutânea e grupo genético, as interações entre estes dois efeitos e o peso vivo inicial como (co)variável e os efeitos aleatórios tratamento e ano experimental. As comparações entre as médias foram realizadas pelo teste de Tukey, considerando o nível de 5% de significância. Os animais que depositaram acima de 6 mm de espessura de gordura subcutânea obtiveram maiores valores de peso vivo ao abate, ganho médio diário, peso de carcaça quente e gordura renal pélvica. Os animais da classe de 6 a 7,99 mm apresentaram maior peso de carcaça resfriada e cortes primários e dos cortes comerciais contra-filé, alcatra, capa e aba e cupim. O peso da ponta-de-agulha foi maior para os animais que depositaram acima de 6 mm de espessura de gordura subcutânea e quando expresso em porção comestível para os animais que depositaram acima de 8 mm. A porcentagem de cortes nobres foi maior para os animais que depositaram acima de 6 mm de espessura de gordura subcutânea. A porcentagem de ossos do dianteiro foi significativamente maior para os animais das classes abaixo de 3,99 mm e porcentagem de ossos do traseiro, ponta-de-agulha e total na carcaça maior para os animais das classes abaixo de 3,99 mm de espessura de gordura subcutânea. No traseiro e dianteiro o maior peso de aparas foi encontrado em animais que depositaram acima de 8 mm de gordura de cobertura, apresentando comportamento semelhante quando as aparas foram expressas em porcentagem. Para a ponta-de-agulha os animais que depositaram acima de 6 mm apresentaram maior quantidade, e quando expresso em porcentagem as aparas foram maiores para os animais que depositaram acima de 4 mm. Animais que depositaram acima de 8 mm de espessura de gordura de cobertura foram os que apresentaram menor valor de força de cisalhamento em amostras maturadas por 14 dias. O pH inicial e final, cor, força de cisalhamento em carnes não maturadas e submetidas a 7 dias de maturação, perdas por evaporação e índice de fragmentação miofibrilar não sofreram influência das diferentes classes de espessura de gordura subcutânea. Animais com espessura de gordura subcutânea acima de 4 mm produzem carcaças mais pesadas e de maior valor comercial. Animais com acabamento acima de 6 mm apresentam maior quantidade de gordura renal pélvica e peso do fígado que não são tecidos valiosos comercialmente. A qualidade da carne não maturada de bovinos de corte não sofreu influência dos diferentes graus de terminação.
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