O aquecimento global causado pelo aumento da concentração dos GEE na atmosfera é o maior problema ambiental, econômico e social de todo o planeta. Por isso, muitos governos têm implementado políticas para a redução das emissões dos GEE e grandes esforços estão sendo feitos no sentido de melhorar os métodos de manejo na pecuária visando menores emissões de CH4. Além desses efeitos negativos ao meio-ambiente, o gás metano causa a perda de uma porção (2 a 12%) da energia bruta consumida através da alimentação dos ruminantes e tem efeitos negativos sobre eficiência alimentar. Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito da suplementação lipídica com torta de macadâmia em relação a emissão de metano, observando a relação entre a emissão de metano e o consumo de MS em ovinos suplementados com níveis crescentes deste coproduto na dieta. Foram realizados dois experimentos: no experimento 1 foi utilizada a técnica com o gás traçador SF6 em vinte (20) cordeiros; no experimento 2 foi utilizada a técnica de aferição de metano em câmaras respirométricas em 30 cordeiros. Foram utilizados animais com aproximadamente 90 dias de idade, cruzados Dorper x Santa Inês, mantidos em baias individuais com dieta composta por 30% de volumoso (feno Cynodon sp.) e 70% concentrado. A distribuição dos animais foi feita em 4 tratamentos com diferentes níveis de suplementação com torta de macadâmia no concentrado (0% de inclusão no tratamento controle; 6,5% no tratamento M1; 12% no tratamento M2 e 20% no tratamento M3. Os dados foram analisados pelo modelo logístico PROC MIXED do SAS, com as médias analisados pelo teste de Tukey a 5%. As emissões de CH4 (g) para cada kg de MS consumido, no experimento 1, foram: 16,802 no tratamento controle (0%), 16,916 no M1(6,5%), 16,737 no M2 (12%) e 12,997 no M3 (20%). No experimento 2, as emissões foram (CH4/kg MS): 21,823, 16,064, 15,286, 15,748 nos tratamentos controle (0%), M1 (6,5%), M2 (12%) e M3 (20%), respectivamente. A suplementação lipídica com torta de macadâmia para ovinos não apresentou efeito sobre a emissão de metano por MS consumida no experimento 1, mas teve efeito mitigador de metano no experimento 2.

Palavras-chave: CH4, GEE, aquecimento global, ruminantes.

O trabalho teve como objetivo estudar a importância da saúde do úbere e do bem-estar animal para a produção leiteira da raça Gir, apresentando duas hipóteses: se o nível de lactoferrina do leite está relacionado com a produção e a composição do leite e, se o estímulo tátil no período pré-parto influencia o comportamento e a produção leiteira. No trabalho com lactoferrina (LF) avaliaram-se 45 primíparas, em duas provas de leite a pasto, sendo coletadas a produção leiteira (PL) diária e amostras mensais de leite para as análises laboratoriais do teor de LF e dos demais constituintes do leite (escore de células somáticas (ECS) e os percentuais de gordura (%G), proteína (%P), lactose (%L) e os sólidos totais (ST)). A concentração média de LF foi de 16,80±12,41 μg/mL de leite, apresentando queda até o terceiro mês de lactação com menor concentração (8,65 μg/mL) e, posteriormente, aumento ao longo da lactação com os maiores níveis nos 9º e 10º meses (30,63 e 34,31 μg/mL), indicando que a fase de lactação influencia a sua concentração no leite. O teor de LF sofreu alterações conforme a saúde do úbere, acompanhando a contagem de células somáticas e havendo uma correlação positiva com o ECS (r=0,64). A LF e a PL apresentaram uma correlação negativa (r=-0,47). Em geral, a tendência das curvas de LF e os demais constituintes (%L, %G, %P e %ST) foi na mesma direção ou manteve-se constante no decorrer da lactação, houve, portanto, uma relação destas características em função do nível de PL possivelmente pelo efeito de concentração e influência na síntese dos mesmos. A alta correlação (0,47) entre a LF e a proteína, provavelmente se deve pela própria LF ser uma proteína. Deste modo, a concentração de LF no leite de vacas primíparas da raça Gir teve uma forte relação com o nível de PL e a saúde do úbere e, em relação aos teores dos constituintes do leite, existiu um efeito de concentração e uma influência na síntese dos mesmos. No estudo com o estimulo tátil no período pré-parto utilizaram-se dois tratamentos, um recebeu estimulação tátil (afago) e outro não (controle). Foram utilizadas 27 vacas no tratamento afago, e destas, devido às adversidades, avaliaram-se a lactação e o comportamento de 21 vacas. O grupo controle continha 21 vacas. O treinamento ocorreu dentro do brete durante o período pré-parto, duas vezes por dia por 5 minutos/animal durante 14 dias consecutivos. A estimulação foi realizada escovando-se o corpo das vacas. Foram avaliados os parâmetros comportamentais (comportamento no momento da entrada ao brete, durante a escovação e no momento da saída do brete) e fisiológicos (temperatura retal e frequência respiratória) durante o treinamento do afago para o grupo tratado e durante a ordenha (comportamento no momento da entrada à sala de ordenha e durante a ordenha) para os dois grupos. Além do comportamento, foram avaliados a PL e o leite residual dos dois grupos nos 15, 30 e 45 dias de lactação do período da manhã para posterior comparação. O comportamento dos animais, ao longo do treinamento demonstrou uma melhoria, sugerindo a aceitação do contato físico humano quando este é positivo. Na PL, observou-se que o manejo com estimulação tátil positiva foi eficaz em novilhas, aumentando sua produção e diminuindo o leite residual, entretanto, em multíparas não foram significativos. Diante disso, o treinamento no período pré-parto é efetivo e a escovação é uma boa alternativa para amansar e dessensibilizar os animais ao contato físico humano e ferramentas, refletindo, desse modo, na PL, reduzindo o leite residual. Além disso, os resultados mostram a importância do tratamento com interações positivas no manejo diário principalmente em animais jovens.

Palavras-chave: comportamento, Gir Leiteiro, lactoferrina, leite residual, produção de leite.

O objetivo deste trabalho foi estimar parâmetros genéticos da distocia, e características produtivas e reprodutivas em vacas primíparas da raça Holandesa, bem como estudar suas associações genéticas, com intuito de fornecer subsídios para os programas de melhoramento genético. Foram analisados dois conjuntos de dados com informações de 10.302 e 4.351 vacas da raça Holandesa respectivamente, que pariram no período de 2000 a 2012. Duas análises multicaracteristicas foram utilizadas, uma contendo as informações de produção acumulada aos 305 dias (P305), pico de produção (PICO), idade ao primeiro parto (IPP), período de gestação (PG) e distocia na primeira lactação, provenientes de um único rebanho. A outra análise considerou a P305, IPP e distocia e as informações foram originárias de três rebanhos. A frequência de distocia foi de 37% e 18% nas duas análises respectivamente. Os componentes de variância foram estimados, por meio de modelo animal multicaracteristicas, obtidos através da abordagem Bayesiana. As estimativas das médias de herdabilidade obtidas para primeira análise foram de 0,16+0,03; 0,12+0,02; 0,21+0,04; 0,14+0,03 e 0,09+0,02 para P305, PICO, IPP, PG e Distocia respectivamente. Na segunda análise as medias estimativas de herdabilidade foram de 0,17+0,02 0,08+0,02 e 0,05+0,01 para P305, IPP e Distocia, respectivamente. As médias de correlações genéticas na primeira análise foram de 0,97+0,05 entre P305 e PICO, -0,03+0,16 entre P305 e IPP, 0,13+0,16 entre P305 e Distocia, 0,28+0,24 entre IPP e Distocia, -0,17+0,16 entre PG e Distocia. Na segunda análise as médias das estimativas foram de –0,07+0,13 entre P305 e IPP e -0,22+0,12 entre IPP e Distocia. Devido às baixas estimativas de herdabilidade para Distocia, espera-se que a seleção para esta característica deva trazer pouco ganho genético ao longo do tempo. A produção de leite foi pouco associada, geneticamente com a ocorrência de distocia. Vacas primíparas muito jovens e/ou com PG muito curto ou longo possuem maiores chances de terem distocia.

Palavras-chave: Correlação genética, herdabilidade, parto, Produção acumulada.

Este trabalho teve como objetivo avaliar plantas espontâneas e forrageiras de pastagens por meio da produção de forragem, composição química e seu valor nutritivo. O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Instituto de Zootecnia em Nova Odessa, SP e foram avaliadas cinco espécies: capim braquiária (Brachiaria decumbens cv. Basilisk), macrotiloma (Macrotyloma axillare NO 279) e três plantas espontâneas: picão-preto (Bidens pilosa), guanxuma (Sida rhombifolia) e caruru (Amaranthus viridis) em dois momentos de corte (1 e 2). O delineamento foi de blocos casualizados em esquema fatorial 5 x 2 (cinco espécies e dois cortes), com quatro repetições totalizando 40 unidades experimentais (caixas de 35 kg de solo/cada). A massa de folhas, colmos/ramos e consequentemente de parte aérea foram maiores para capim braquiária e macrotiloma principalmente no corte 2 e menores para as plantas espontâneas em ambos os cortes. O capim braquiária apresentou os maiores valores, diferindo dos demais (32,95g±2,88) enquanto as demais espécies apresentaram valores de 9,58; 7,51; 5,94; 5,31g±2,88 para macrotiloma, guanxuma, caruru e picão-preto, respectivamente. As concentrações de N, P, K, Ca, Mg e S e proteína bruta foram maiores nas folhas das plantas espontâneas em relação à leguminosa e gramínea que apresentaram os maiores valores de FDN, FDA. A área foliar específica foi maior para picão-preto seguido de guanxuma, macrotiloma caruru e capim braquiária (329,19; 285,76; 255,38; 220,70 e 161,88cm2/g, respectivamente. As concentrações de minerais e proteína bruta nos componentes vegetais das plantas espontâneas superiores aos da gramínea e leguminosa, apesar da menor massa dos componentes morfológicos, indicando potencial para alimentação animal e contribuição na sustentabilidade em sistemas de pastagens.

Palavras-chave: Amaranthus viridis, Bidens pilosa, pastagens tropicais, plantas daninhas, Sida rhombifolia.

O presente projeto foi conduzido no período de novembro de 2014 á junho de 2015 no município de Botucatu-SP. O objetivo foi avaliar um sistema integrado de produção agropecuária para produção de silagem, com posterior formação da pastagem para os animais. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 2 x 2, com quatro repetições sendo duas modalidades de cultivo da cultura do milho para silagem com espaçamento de 0,45 m: com e sem guandu cv. BRS Mandarim; e duas braquiárias: capim-marandu e o híbrido capim-convert. Foram avaliadas a produtividade de massa seca, a composição bromatológica da silagem e das características morfológicas dos capins, do guandu e do milho, a digestibilidade da silagem e as perdas por efluentes. Os dados para todas as variáveis foram analisadas utilizando o procedimento PROC MIXED do SAS e de aproximação Satterthwaite, para determinar os graus de liberdade dos testes de efeito fixo. Os consórcios utilizados e as forragens foram considerados efeitos fixos. Foram analisados os dados usando as repetições (consórcio*forragem) como efeitos aleatórios. A apresentação dos resultados foi através do Lsmeans e separados pela opção de diferentes probabilidades (PDIFF). Os efeitos estatísticos foram considerados ser significantes ao P < 0,05. A produtividade do milho não apresentou diferença nos consórcios usados e a silagem proveniente do consorcio com o guandu teve melhor valor nutritivo. O capim-convert mostrou ser uma opção de melhor valor nutritivo para esse sistema e o capim-marandu apresentou uma estimativa de maior ganho animal por área na forragem remanescente do consorcio.

Palavras-chave: sistemas integrados, leguminosa, Marandu, Convert HD364®