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DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS em 2016
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Diagnóstico de toxoplasmose ovina através de imunoensaios
Débora Cavallaro Machado
resumo
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A toxoplasmose, uma das principais zoonoses do mundo, causada pelo Toxoplasma gondii, pode ser adquirida por humanos através do consumo de alimentos contaminados pelo parasita. A forma congênita ocorre quando mulheres são expostas ao parasita durante a gestação, podendo ocorrer aborto, nascimento de crianças com cegueira, hidrocefalia e atraso no desenvolvimento mental. Em pacientes imunodeprimidos a toxoplasmose pode se tornar irreversível. Ovinos portadores da doença causam problemas econômicos, reprodutivos e tornam-se transmissores potenciais da doença, quando suas carnes cruas ou mal cozidas são ingeridas contendo cistos do parasita. Logo, faz-se necessário o diagnóstico da doença em rebanho ovino, que pode ser realizado através de imunoensaios como o ensaio imunoenzimático (ELISA) e a reação de imunofluorescência indireta (RIFI). Este trabalho teve como objetivo comparar e estabelecer a concordância entre kits comerciais de ELISA e RIFI para diagnóstico de toxoplasmose ovina e avaliar a frequência de anticorpos anti- IgG de Toxoplasma gondii no rebanho ovino do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa (IZ). Foram analisados 172 ovinos, das raças Morada Nova e Santa Inês, com diferentes idades e mesmo manejo. Amostras de sangue total foram colhidas pela punção da veia jugular e centrifugadas para obtenção do soro a ser analisado. O teste de ELISA indireto (IDEXX – Toxoplasma gondii Antibody Test Kit – Suiça) foi realizado segundo protocolo do fabricante e a interpretação dos resultados foi obtida pela leitura da DO (Densidade Óptica) em espectrofotômetro. O RIFI indireto (Imunoteste Toxoplasma (RIFI) – Imunodot - Brasil) foi realizado conforme fabricante e a interpretação dos resultados realizada visualmente em microscópio de imunofluorescência Zeiss Axion, com isotiocianato de fluoresceina como fluorocromo. A prevalência de anticorpos anti- T. gondii foi de 16,86% (ELISA) e 21,51% (RIFI) para o rebanho ovino do IZ, com sensibilidade de 77,70%, especificidade de 99,25%, valor preditivo positivo 96,55%, valor preditivo negativo 94,36% e concordâcia Kappa de 0,83 (IC 1,0 – 0,796) entre os testes. A concordância Kappa entre os dois imunoensaios foi quase perfeita, podendo sugerir os dois testes para diagnóstico de toxoplasmose ovina, sendo o ELISA para triagem de amostras e RIFI como teste de confirmação. Não foram encontrados diferenças significativas para as raças e idades dos animais (P < 0,05) avaliados a 95% no teste exato de Fisher.
Palavras-chave: ELISA, Imunofluorescência, Toxoplasma gondii, ovinocultura.
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Levantamento exploratório das amostras de silagem de milho do banco de dados do Instituto de Zootecnia
Thomas Felipe Ribeiro Faria
resumo
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O trabalho foi desenvolvido no Instituto de Zootecnia (IZ-SAA-APTA), em Nova Odessa - SP, no Laboratório de Nutrição Animal com o objetivo de avaliar os resultados das análises bromatológicas de silagem de milho para determinar o valor nutritivo desses volumosos. Foram utilizados todos os resultados de análises bromatológicas de silagem de milho do Laboratório entre os anos de 2004 e 2015 (316 amostras). Estes foram caracterizados quanto à sua composição bromatológica através da análise estatística descritiva e correlação de Pearson. As amostras foram agrupadas em triênios para realização da análise de variância e teste de médias “t” de Student com significância de P<0,05. Os nutrientes digestíveis totais (NDT) foram estimados através de três equações: Universidade de Clemson (USA); Kearl (1982)-1 e 2 e os resultados classificados pela qualidade de silagem: Boa qualidade ( valores acima de 70% NDT), Média qualidade ( valores de 60 a 69% NDT), baixa qualidade ( valores abaixo de 60% NDT). O valor nutritivo das amostras de silagens mostrou-se dentro das faixas adequadas para silagem de milho, com exceção de FDN considerado elevado. O aumento dos valores de NDT ao longo dos períodos indicou melhora na qualidade da silagem.
Palavras chave: forragem, nutrientes digestíveis totais valor nutritivo, Zea mays.
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Qualidade interna de ovos armazenados sob diferentes períodos e temperaturas
Rodrigo Alves de Souza
resumo
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O presente estudo objetivou avaliar a qualidade interna de ovos armazenados sob diferentes períodos e temperaturas. Foram realizados dois experimentos: no experimento 1 foram utilizados 756 ovos de poedeiras da linhagem Hisex White com 43 semanas de idade. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 4x5+1, sendo quatro períodos de armazenamento (7, 14, 21 e 28 dias) e cinco temperaturas de armazenamento (ambiente – que variou de 27°C a 32°C; 4°C, 20°C, 4ºC por sete dias e posteriormente 21 dias em temperatura ambiente, 20ºC por sete dias e posteriormente 21 dias em temperatura ambiente), mais um grupo testemunha, com três repetições de quatro ovos cada. No experimento 2 foram utilizados 1332 ovos de poedeiras da linhagem Dekalb White com 41 semanas de idade, o delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 9x2, sendo dois períodos de armazenamento, antes do armazenamento e após 28 dias, nove temperaturas de armazenamento sendo ambiente – que variou de 25°C a 29°C; 4°C, 20°C, temperatura ambiente por sete dias e posteriormente 21 dias a 4ºC, temperatura ambiente por sete dias e posteriormente 21 dias a 20ºC, temperatura ambiente por 14 dias e 14 dias a 4ºC, temperatura ambiente por 14 dias e 14 dias a 20º, temperatura ambiente por 21 dias e sete dias a 4º, temperatura ambiente por 21 dias e sete dias a 20ºC, e três cartelas de 12 ovos por tratamento como repetição. As características avaliadas foram cor, índice gema (IG), unidade Haugh (UH), pH da gema, pH do albúmen e oxidação lipídica da gema (TBARS). Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%) pelo programa estatístico SAS (2002). Concluiu-se que ovos armazenados em temperatura de 4 ºC por até 28 dias apresentam melhores parâmetros de qualidade.
Palavras-chave: cor, oxidação, pH, postura
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Relação do consumo alimentar residual com desempenho, parâmetros metabólicos e crescimento de bovinos Nelore
Natália Trevizan
resumo
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Este estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a relação entre o consumo alimentar residual (CAR) com desempenho, parâmetros metabólicos e crescimento de bovinos Nelore. Foram utilizados 59 animais da raça Nelore (idade inicial 290 ± 20 dias e peso inicial 295 ± 37 kg) com diferentes classes de CAR. Os animais foram mantidos em baia coletiva equipada com cochos do GrowSafe System® por um período de 98 dias durante o teste de eficiência alimentar e mais 25 dias após o final do teste. A dieta foi composta de 64,8% MS de volumoso (61,5% MS de silagem de milho e 3,3 % MS de feno de Brachiaria brizantha cv. Marandu) e 35,2 % MS de concentrado. O estudo foi desenvolvido em delineamento inteiramente casualizado. Para avaliação dos efeitos de classes de CAR, o modelo de análise incluiu os efeitos fixos de classe de CAR (baixo, médio e alto) e idade como covariável linear para características de desempenho, comportamento ingestivo, metabólitos sanguíneos e medidas de crescimento. Já para parâmetros de fermentação ruminal e produção de nitrogênio microbiano o modelo de análise incluiu os efeitos fixos de classe de CAR (baixo e alto). Foi feita a comparação de médias ajustadas pelo teste t de Student e probabilidades <0,05 foram consideradas significativas. Os animais foram pesados a cada 14 dias para o cálculo do GMD. O CAR foi calculado como a diferença entre o consumo observado e predito baseado no PC0,75 e no GMD. Após o cálculo do CAR os animais foram classificados em baixo CAR, médio CAR e alto CAR. Animais baixo CAR consumiram 9,2% menos do que animais alto CAR (8,52 kg/MS/dia, 9,38 kg/MS/dia, respectivamente). Os animais baixo CAR apresentaram menores valores de tempo de permanência no cocho (102,3 minutos/dia) que os animais médio (120,1 minutos/dia) e alto CAR (150,1 minutos/dia). Não foram encontradas diferenças significativas entre as classes de CAR para pH ruminal, concentração N-NH3, proporção dos AGCC e síntese de proteína microbiana. Também não foram encontradas diferenças significativas entre as classes de CAR para características de crescimento. O CAR é independente das características de crescimento e os animais baixo CAR são mais eficientes na utilização de alimentos. As características de desempenho, parâmetros metabólicos e de crescimento de bovinos Nelore não apresentaram relação com o CAR no presente estudo, exceto nos parâmetros de comportamento ingestivo que animais baixo CAR apresentam menor tempo de alimentação.
Palavras-chave: ácidos graxos de cadeia curta, eficiência alimentar, nitrogênio amoniacal, proteína microbiana, ultrassonografia.
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Relações entre eficiência alimentar e características reprodutivas em bovinos Nelore
Rubens José Ferreira Júnior
resumo
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O objetivo da pesquisa foi avaliar as relações fenotípicas e genéticas entre características de eficiência alimentar e reprodutivas em machos e fêmeas da raça Nelore. A avaliação fenotípica foi realizada com dados referentes a 320 vacas da raça Nelore, com avaliação para consumo alimentar residual (CAR), nascidas nos anos de 2004 a 2011, com exceção dos anos de 2006 e 2007. Nos anos de 2009 a 2011, 118 novilhas foram submetidas à análise ultrassonográfica de útero e ovários para acompanhamento de presença (ou não) de corpo lúteo e dimensionamento da espessura do endométrio. As características pós-parto estudadas foram idade ao primeiro parto, dias ao parto, primeiro intervalo de partos, sucesso ao parto, stayability e permanência no rebanho. Posteriormente, foi realizada avaliação genética multicaracterística para perímetro escrotal, dias ao parto e CAR. Nesta etapa foram incluídas as informações de 10.145 animais, dos quais 716 machos apresentavam registro de CAR e perímetro escrotal e 222 fêmeas apresentaram registro de CAR e dias ao parto. Para perímetro escrotal, o modelo utilizado incluiu os efeitos aleatórios genético-aditivo de animal e residual e os efeitos fixos de grupo contemporâneo, mês de nascimento e as covariáveis idade da vaca (efeitos linear e quadrático) e idade do animal na mensuração do perímetro escrotal (efeito linear). Para CAR, o modelo utilizado incluiu os efeitos aleatórios genético-aditivo de animal e residual e os efeitos fixos de grupo contemporâneo, mês de nascimento e as covariáveis idade da vaca (efeitos linear e quadrático) e idade do animal no início do teste (efeito linear). Para dias ao parto, o modelo incluiu os efeitos aleatórios genético-aditivo de animal, ambiente permanente do animal e residual, os efeitos fixos de grupo contemporâneo e da presença (ou não) de bezerro na estação anterior e a covariável idade da fêmea na entrada da monta (efeitos linear e quadrático). Dos 118 animais avaliados por ultrassonografia, 87 (73,7%) apresentaram corpo lúteo. Não foram observadas diferenças significativas entre animais CAR positivo (CAR) e CAR negativo (CAR) para as características presença de corpo lúteo, idade ao corpo lúteo, peso ao corpo lúteo e espessura de endométrio. Diferença significativa foi detectada entre as classes de CAR para primeiro intervalo de partos, sendo que vacas CAR pariram, em média, 45 dias antes que fêmeas CAR. Não foram observadas diferenças significativas entre as classes de CAR para as características idade ao primeiro parto, dias ao parto, stayability e permanência no rebanho. A estimativa de herdabilidade para perímetro escrotal foi de 0,50, para CAR de 0,20 e para dias ao parto de 0,12. A correlação genética estimada entre CAR e perímetro escrotal foi baixa e positiva (0,11), indicando pouca associação entre as características. A correlação genética estimada entre CAR e dias ao parto foi de média magnitude e negativa (-0,32), indicando que animais CAR tendem a ter maiores valores para dias ao parto. Há evidências de baixa associação fenotípica e genética entre CAR avaliado ao ano e características reprodutivas em animais Nelore.
Palavras-chave: bovinos de corte, consumo alimentar residual, dias ao parto, fertilidade, perímetro escrotal.
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Temperamento de bovinos de corte: fatores genéticos e ambientais
Anielly de Paula Freitas
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Os objetivos do presente trabalho foram: 1) estimar os parâmetros genéticos das variáveis utilizadas para avaliar o comportamento animal: escore de temperamento (ET) e tempo de saída (TS), e as características peso vivo, escore de condição corporal (ECC) e altura da garupa de bovinos da raça Nelore; 2) avaliar o efeito das raças Nelore, Caracu e Guzerá sobre as características comportamentais: escore de entrada (EE), escore de temperamento (ET), escore de saída (ES) e velocidade de saída (VS) durante o manejo no curral, além de avaliar o efeito das raças e do temperamento dos animais sobre os parâmetros sanguíneos (cortisol, glicose e lactato) e estimar a relação entre características comportamentais, parâmetros sanguíneos e características de crescimento. Para a estimativa dos parâmetros genéticos foram utilizadas 1872 mensurações provenientes de 905 animais, colhidas entre os anos de 2014 e 2015, de animais da raça Nelore, machos e fêmeas, nascidos entre os anos de 1998 a 2014, com idades maiores que 250 dias. Os modelos de análise para todas as características incluíram os efeitos fixos de grupo de contemporâneos (linha de seleção, sexo, ano de nascimento, ano de avaliação e curral de manejo) e a covariável idade do animal (linear e quadrática). Os componentes de covariância foram estimados por meio de inferência estatística Bayesiana usando os pacotes THRGIBBS1F90, empregando-se um modelo animal multicaracterística, incluindo-se, como aleatórios os efeitos genéticos aditivos direto, de ambiente permanente direto e residual, e como efeitos fixos o grupo de contemporâneos e a idade como covariável (efeito linear e quadrática). Para o estudo do efeito das raças sobre características comportamentais e parâmetros sanguíneos foram colhidos dados de 119 fêmeas da raça Nelore, 63 da raça Caracu e 33 da raça Guzerá, nascidas entre setembro e dezembro de 2013. As análises de variância foram realizadas por meio de procedimentos GENMOD do programa SAS. O modelo para as análises das características comportamentais incluiu apenas o efeito da raça. Para os parâmetros sanguíneos foi usado o procedimento GLM SELECT do programa SAS para verificar quais das variáveis comportamentais proporcionam o melhor modelo para esses parâmetros juntamente com o efeito da raça. As correlações foram estimadas por meio do procedimento CORR SPEARMAN do programa SAS. As estimativas de herdabilidade para ET, TS, ECC, peso vivo e altura da garupa para animais da raça Nelore variaram de 0,08 á 0,93. A correlação genética entre as características indicadoras de temperamento foram altas e negativas (-0,80), indicando que quanto menor for o ET do animal, maior será seu TS, sendo assim mais calmo ele é. O TS foi a característica com relação genética mais favorável com o peso vivo, com o escore de condição corporal e com a altura da garupa (0,27; 0,56 e 0,37). Esses resultados indicam que é possível obter ganho genético se essas características comportamentais forem incluídas no processo de seleção. Para o estudo do comportamento de bovinos de corte durante o manejo no curral foi constatado que todas as variáveis comportamentais apresentaram efeito de raça, sendo as raças zebuínas as mais reativas, exceto para o ET. As correlações indicam que animais com bom temperamento apresentam menores escores comportamentais, menores velocidades de saída, níveis mais baixos dos hormônios indicadores de estresse e ganham mais peso.
Palavras-chave: bem-estar, comportamento, manejo, parâmetros genéticos
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Tempo de permanência no ninho afeta a qualidade de ovos de Sistema Cage-Free
Gustavo Camacho Paschoalin
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O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos de diferentes tempos de permanência dos ovos nos ninhos sobre a qualidade interna de ovos frescos e armazenados provenientes de sistema cage-free. Foram realizados dois experimentos independentes. O experimento 1 avaliou a qualidade interna inicial dos ovos frescos e o experimento 2 avaliou a qualidade interna dos ovos armazenados por diferentes períodos. A coleta dos ovos foi realizada em granja localizada no município de Ipeúna-SP. Nos dois experimentos foram utilizados ovos de aves da linhagem Isa Brown com 31 semanas de idade. Para o experimento 1 foram utilizados 180 ovos e o delineamento empregado foi o inteiramente casualizado (DIC) com quatro períodos de permanência dos ovos: coleta imediatamente após a postura (C0); coleta duas horas após a postura (C2); coleta quatro horas após a postura (C4) e coleta seis horas após a postura (C6), com três repetições de 15 ovos. Foram avaliados o peso dos ovos, altura de albúmen, Unidade Haugh e índice gema. No experimento 2 foram utilizados 480 ovos e o delineamento utilizado foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x5, com os mesmos quatro períodos de permanência do experimento 1 e cinco períodos de armazenamento (0, 7, 14, 21 e 28 dias), com quatro repetições de seis ovos cada. Além das avaliações realizadas no experimento 1, foram avaliados o pH da gema e do albúmen, oxidação lipídica e a perda de peso dos ovos. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias, quando significativas, comparadas pelo teste de Tukey (5%) pelo programa SAS (2009). Os resultados permitiram chegar à conclusão de que para se evitar perdas de qualidade em sistemas do tipo cage-free que utilizam coleta manual, esta deve ser realizada em períodos menores que quatro horas entre a postura e a coleta, pois após este período verificou-se maiores perdas qualitativas nos ovos avaliados.
Palavras-chave: albúmen, armazenamento, gema, sistema alternativo, poedeiras.
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Teste imunoenzimático visual para detecção de glicoproteínas associadas à prenhez em ovelhas
Camila de Miranda e Silva Chaves
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O diagnóstico precoce da gestação visa o aumento da produtividade e otimização dos sistemas de criação animal. Na investigação de métodos mais precoces de detecção da prenhez, foram descobertas as glicoproteínas associadas à prenhez (PAG), que são produzidas pela placenta dos mamíferos euterianos e pertencem à família das proteases aspárticas. Liberadas na circulação periférica materna logo após a implantação podem ser um indicador de gestação para muitas espécies, variando a quantidade de PAG e o tempo de aparecimento. O Idexx Visual Pregnancy Test é um ensaio ELISA-PAG visual que detecta PAG no sangue materno e permite a leitura visual dos resultados pela coloração das amostras; no entanto foi validado apenas para bovinos, nos quais são detectadas, com melhor precisão, a partir de 28 dias de gestação. Com o objetivo de avaliar o ELISA-PAG visual para a espécie ovina, foram utilizadas duas raças ovinas brasileiras, Santa Inês e Morada Nova, em quatro fases. Na primeira fase foram utilizadas 41 ovelhas, diagnosticadas como positivas para prenhez, por ultrassonografia. Amostras de sangue foram colhidas aos 26, 28, 30 e 32 dias, após a observação da última cobertura natural, e utilizadas para realização, em duplicata, do diagnóstico de prenhez pelo ELISA-PAG visual, com base na presença de PAG. Na segunda fase, amostras de sangue foram colhidas 30 dias após inseminação artificial, de 65 ovelhas Santa Inês, para diagnóstico gestacional pelo ELISA-PAG visual. Posteriormente, na terceira fase, com o intuito de se conhecer o tempo de detecção sérica das PAG nas ovelhas, após os 30 dias de gestação, continuaram-se as colheitas de sangue em 10 ovelhas, a cada sete dias até 92 dias pós-parição. Na quarta fase, foram utilizadas 34 fêmeas ovinas, sabidamente não prenhes, para avaliar o teste quanto à identificação de ovelhas negativas. A detecção ou não detecção de PAG foi analisada pelo modelo logístico do PROC GENMOD do SAS e as diferenças foram detectadas pelo teste qui quadrado. Os resultados da primeira fase, com amostras de 26, 28, 30 e 32 dias de gestação, pelo ELISA-PAG visual, mostraram percentual positivo de 75,0, 93,2, 97,6 e 97,6, respectivamente. Na segunda fase, das 65 ovelhas inseminadas, 49 estavam gestantes à ultrassonografia sendo todas diagnosticadas corretamente como positivas; contudo houve a presença de um diagnóstico falso positivo pelo ELISA-PAG visual. Na terceira fase, as PAG permaneceram na circulação periférica das fêmeas durante todo o período pré-parto até a parição e pós-parto, até o 7º dia em 100% das ovelhas, decaindo após esse período. Entretanto, as PAG se mantiveram circulantes em 30% das ovelhas durante todo o período avaliado (92 dias). Na fase de identificação das fêmeas não prenhes, pelo ELISA-PAG visual, 97,06% das ovelhas foram diagnosticadas como negativas para prenhez e 2,94% positivas, indicando novamente a presença de um falso positivo. Conclui-se que o ELISA-PAG visual é um método eficaz, prático e rápido para o diagnóstico precoce de gestação em ovelhas. O ELISA-PAG visual pode ser aplicado às ovelhas a partir do 30º dia de gestação.
Palavras-chave: diagnóstico de gestação, ELISA, PAG.
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