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DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS em 2022
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AÇÃO DO CAPIM-GORDURA (Melinis minutiflora) SOBRE A VERMINOSE EM RUMINANTES
Amanda de Oliveira Bento
resumo
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A pecuária é uma atividade importante no agronegócio mundial. O controle da verminose com anti-helmínticos está cada vez mais difícil em face da resistência que os nematóides vêm apresentando aos produtos químicos que são empregados em seu controle. As plantas possuem substâncias ativas que são capazes de combater organismos incluindo ecto e endoparasitas. O capim-gordura (Melinis minutiflora), gramínea de origem africana adaptada às condições tropicais brasileiras, já tem uma ação anti-carrapato bem conhecida pela pesquisa científica. Porém, sua atividade anti-helmíntica ainda não foi devidamente explorada. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia da infusão do capim-gordura na infestação natural por nematóides gastrintestinais de ovinos e bovinos. O material verde (MV, folhas e talos) foi coletado do piquete experimental de capim-gordura (Melinis minutiflora, cultivar IZ) no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Genética e Biotecnologia do Instituto de Zootecnia, Nova Odessa, SP, às 7:00 da manhã do dia 30/08/2021 e picado em tamanhos menores (em média 2 cm). A infusão foi feita despejando-se 1 L de água fervente (100°C) sobre 300 g de MV, sendo fornecido peneirado após repouso aos animais. Vinte e uma ovelhas foram distribuídas em três tratamentos (infusão, água e moxidectina 1%), conforme o número de ovos por grama de fezes (OPG). Os tratamentos foram ministrados uma única vez, por via oral (infusão, água) recebendo cada animal um total de 100 mL (5 seringas de 20 mL), e moxidectina por via subcutânea, avaliados quanto ao OPG aos 4, 9, 14, 21 e 28 dias após a administração dos tratamentos. Além das ovelhas, um total de 18 bezerros foram utilizados no experimento, distribuídos em três tratamentos (infusão, água e ivermectina 3,15%) conforme o OPG. Os tratamentos foram ministrados para cada animal de uma única vez, recebendo por via oral 200 mL de infusão ou água (4 seringas de 50 mL) seguindo o procedimento anterior na formulação da infusão, só alterando a quantidade para 1,5 L de água fervente para 600 g. de capim-gordura, coletados no dia 14/06/2021 às 07:30 horas, e ivermectina por via subcutânea. Os animais foram avaliados quanto ao OPG aos 7, 14 e 21 dias após a administração dos produtos. Também foi realizada a coprocultura, para verificar a proporção entre os endoparasitas e, no início e final do experimento, a pesagem dos animais, medida do índice Famacha e colheita de sangue para hematócrito. Uma amostra da infusão foi submetida à análise cromatográfica por CG/MS. Os dados foram avaliados utilizando o programa Reso 2.0. O tratamento com a infusão do capimgordura em ovinos atingiu o valor máximo de 83% no 21° de avaliação e valores superiores a 70% dentro da primeira semana. Com bovinos o produto utilizado com o princípio ativo ivermectina foi ineficaz em todos os dias da avaliação, e a infusão apresentou eficácia de 47% tanto no 7° e 21° dia do experimento. Conclui-se que a infusão do capim-gordura é promissora no controle da verminose em ruminantes. Obteve-se um resultado considerável, sendo que sua ação e componentes devem ser melhor investigados.
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ATIVIDADE IN VITRO E IN VIVO DA IVERMECTINA CONTRA LARVAS DE Cochliomyia hominivorax
Bruna Costa Rodrigues Wedy
resumo
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A mosca Cochliomyia hominivorax é uma das principais espécies causadoras de miíase cutânea, que invade primariamente as feridas preexistentes de mamíferos. A infestação das larvas dessa mosca no tecido vivo influencia negativamente a rentabilidade da atividade pecuária, levando a perdas econômicas importantes devido ao gasto com medicamentos e tempo para tratamento das feridas, podendo ocasionar muitas vezes, a morte do animal quando não controlada a tempo. A ivermectina (IVM) é muito utilizada pelos produtores como método preventivo das miíases por apresentar características de longa ação e de ampla margem de segurança para os animais, porém o uso indiscriminado dessa molécula tem induzido à resistência parasitária, já descrita em literatura. Diante disso, o presente estudo teve por objetivo realizar testes in vitro avaliando a atividade da Ivermectina (Sigma Aldrich®) nas concentrações 50,0 μg/ml, 5,0 μg/ml, 0,5 μg/ml, 0,05 μg/ml e 0,0 μg/ml em larvas de primeiro (L1), segundo (L2) e terceiro (L3) estádio do isolado de C. hominivorax mantido no laboratório de Parasitologia do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa-SP. Os valores da CL50 (concentração letal para 50% das larvas) da IVM foram 4,72 μg/mL, 3,49 μg/mL e 9,58 μg/mL para L1, L2 e L3, respectivamente. Também foram realizados testes in vivo, com o mesmo isolado, para encontrar a eficácia preventiva persistente de uma formulação comercial injetável de Ivermectina 1% em doses de 200μg/kg (grupo G1), 400μg/kg (grupo G2) e 600μg/kg (grupo G3) após tratamento único de bovinos infestados artificialmente com 100 larvas em estádio L1, em lesões cutâneas induzidas cirurgicamente por animal, por meio da contagem de larvas em estádio L3, em comparação com grupo controle não tratado. Os valores de eficácia da IVM para os grupos G1, G2 e G3 foram respectivamente 39,8% (4 dias após o tratamento), 13,4% (12 dias após o tratamento) e 7,95% (4 dias após o tratamento). O estudo foi desenvolvido propondo-se atribuir sustentabilidade ao sistema de produção pecuário, uma vez que os testes in vitro ofereceram diagnóstico precoce da eficácia da IVM e os testes in vivo conferiram legitimidade ao estudo a partir dos resultados obtidos. Dessa forma, para o isolado de mosca estudado, demonstrou-se a baixa eficácia da IVM por meio da concordância de resultados dos estudos in vitro com a baixa eficácia nos estudos in vivo, nas dosagens padrão, duplicada ou triplicada de uma formulação comercial de IVM 1% injetável. Os resultados obtidos evidenciam a necessidade de se utilizar produtos eficazes e seguros (para os animais, para os humanos e para o ambiente) e de bom custo-benefício para o produtor, visando-se a produção de alimentos seguros.
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Avaliação do fornecimento de Duddingtonia flagrans no controle de parasitas gastrointestinais em ovinos
Gustavo Delmilho
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Pastagens são utilizadas como fonte de alimento para variadas espécies de animais de produção. Ovinos criados em pastejo são afetados por diversos grupos de parasitas gastrointestinais, sendo estes um dos maiores entraves na criação. A avaliação da infestação parasitológicas em pastagens, é de suma importância uma vez que 95 a 99% dos nematódeos gastrointestinais estão no ambiente de pastejo e não nos animais. O controle biológico surge como uma ferramenta no combate aos parasitas de ovinos, buscando-se principalmente, formas alternativas a crescente resistência parasitária entre os rebanhos. Fungos nematófagos são uma alternativa viável entre controlar parasitas no meio e gerar resultados animais satisfatórios. O fungo Duddingtonia flagrans se enquadra como líder no segmento, provando-se eficaz em eliminar larvas infectantes, quanto resistir a passagem pelo trato gastrointestinal. Neste trabalho foram utilizados dois experimentos no fornecimento do fungo D. flagrans, sob a forma de produto comercial BioVerm™. No primeiro, forneceu-se para 24 ovinos, sendo 4 fêmeas e 20 machos, divididos em oito piquetes e separados em grupo tratado, com produto e controle. Para o tratado, disponibilizavam-se 0,5g produto\animal misturados a 300g concentrado proteico, diariamente, enquanto no controle, somente consistiam-se 300g concentrado, ambos os grupos tinham amostras de pastagem coletadas e avaliadas para contagem de larvas infectantes e permaneciam no mesmo tipo de forrageira, capim aruana cv. IZ 5 (Megathyrsus maximus). No segundo experimento, o produto foi aplicado em amostras de esterqueira, provenientes de cama para revestimento de pisos para confinamento, naturalmente infectada. O material foi colocado em 30 recipientes de alumínio, os quais realizaram-se três tratamentos: 0,25g produto diluídos em 25ml água destilada, 0,50g produto e mesma dosagem de água e controle, somente água destilada. Paralelo a isto, 12 novos recipientes foram alocados em estufa B.O.D (demanda bioquímica de oxigênio) para avaliação das interferências climáticas. As médias de ovos por grama de fezes (OPG) foram diferentes entre os tratamentos (p<0,001). Famacha™, peso, hematócrito e escore corporal (ECC) não diferenciaram (p>0,05). As médias dos gêneros infectantes em pastagens, Haemonchus spp, Trichostrongylus spp e Strongyloides spp diferenciaram-se entre os tratamentos (p<0,001), enquanto Oesophagostomum spp e Cooperia spp não ocorreu tal feito. No segundo experimento, médias para gêneros Haemonchus spp e Oesophagostomum spp não apresentaram diferenças entre tratamentos, tanto temperatura ambiente, quanto B.O.D (p>0,05), já Trichostrongylus spp e Strongyloides spp o oposto (p<0,001). Todas as recuperações não apresentaram comportamento uniforme, com quedas e aumentos súbitos. Em ambos os experimentos, o avanço de colonização do fungo foi progressivo e visualizado, porém não se constataram resultados na redução de populações larvais.
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CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO DOSSEL FORRAGEIRO, MASSA DE FORRAGEM E VALOR NUTRITIVO EM PASTOS CONSORCIADOS DE GRAMÍNEA E LEGUMINOSA
Thainá Bento Sakamoto
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O consórcio é uma prática que permite associar mais de uma espécie vegetal numa mesma área e ao mesmo tempo, formando um arranjo sustentável nos sistemas de produção, podendo utilizar gramíneas e leguminosas forrageiras. O objetivo do estudo foi avaliar a massa de forragem, a estrutura do dossel forrageiro e valor nutritivo de pastos de capim Marandu exclusivos e com presença de leguminosa Macrotiloma. O experimento foi realizado na área experimental no Instituto de Zootecnia pertencente à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). Os animais experimentais foram distribuídos aleatoriamente em seis unidades de pastejo compostas por 0,5 ha cada. O experimento teve a duração de dois anos consecutivos sendo os períodos experimentais definidos pelas estações do ano no Brasil (primavera, verão, outono e inverno). Os tratamentos foram compostos por: Pastagem exclusiva de gramínea (Urochloa brizantha) (G); Pastagem de gramínea (Urochloa brizantha) com suplementação proteica (G+P); Pastagem consórcio de leguminosa (Macrotyloma axillare) e gramínea (Urochloa brizantha) (L+G) todos mantidos sob lotação continua. Avaliação da massa de forragem, da estrutura do dossel forrageiro com a distribuição vertical de seus componentes e valor nutritivo foram realizadas no início, meio e final de cada período experimental. Foi constatada massa seca de forragem total superior nos tratamentos GP (5961,61 kg ha-¹ de MS) e GL (6751,45 kg ha-¹ de MS). Nos efeitos por estação, o verão apresentou maiores valores de massa seca de forragem para os componentes morfológicos capim (5545,89 kg ha-¹ de MS), leguminosa (3372,51 kg/ha-¹ de MS) e massa seca de forragem total com valor de 7884,13 kg ha-¹. A proporção média de Macrotyloma axillare no dossel forrageiro nesse estudo foi de 20,24%. Verificou-se que os pastos em todos os tratamentos G, GP e GL mantiveram maior proporção de lâminas de capim Marandu. O sistema consorciado, leguminosa Macrotyloma axillare e gramínea Urochloa brizantha, apresentou maiores valores no teor de proteína bruta (PB) e menor valor de fibra detergente neutro (FDN) quando comparado a sistemas exclusivos. A presença da leguminosa Macrotyloma axilare influenciou na massa de forragem, na estrutura do dossel forrageiro e elevou o valor nutritivo da forragem.
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Estratégias de manejo em pastos multiespécies sob lotação contínua
Lucas Ferreira Penteado
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O uso de estratégias de manejo do pasto está alinhado com as demandas mundiais por ações sustentáveis, com otimização dos insumos e produção animal de qualidade. A formação de pastos multiespécies com gramíneas e leguminosas forrageiras tropicais pode aumentar a cobertura vegetal, reduzindo os processos erosivos, o aporte de nutrientes no sistema via fixação biológica de nitrogênio, incrementar a produção de forragem em diferentes épocas do ano e alterar a distribuição vertical dos componentes. Neste contexto, objetivou-se com este trabalho avaliar o impacto de estratégias de manejo do pastejo na composição da massa de forragem e estrutura do dossel forrageiro de pastos multiespécies de capim Aruana [Megathyrsus maximum (Syn. Panicum maximum) Jacq. cv. Aruana] com leguminosas forrageiras: Macrotiloma [Macrotyloma axillare E. Mey (Verdc)], Calopogônio (Calopogonium mucunoides Desv.) e Estilosantes cv. Campo Grande (Stylosanthes macrocephala + Stylosanthes capitata) mantidos sob lotação contínua e taxa de lotação variável por ovinos nas estratégias de manejo do pastejo (tratamentos) caracterizadas pelas alturas de dossel de 15, 30, 45 e 60 cm. O experimento foi realizado em blocos completos casualizados com 4 repetições, totalizando 16 unidades experimentais (piquetes de 500 m² cada). Os maiores valores de massa de forragem ocorreram nos pastos altos (45 e 60 cm) em relação aos pastos baixos (15 e 30 cm) variando de 5.823 e 8.421 kg de matéria seca (MS).ha-1 para pastos de 15 e 60 cm, respectivamente. A massa e proporção de leguminosas foi maior para os pastos altos em relação aos baixos e variaram de 111,02 a 649,15 kg de MS.ha-1 e 2,00 a 10,51% para os pastos com 15 e 60 cm, respectivamente. Pastos com 15 cm apresentaram menor proporção de capim Aruana (39,04%) em relação aos demais (57,00% nos pastos de 45 cm). Na distribuição vertical de componentes no dossel a maior proporção de leguminosas e lâminas de capim Aruana ocorreu no estrato superior do dossel (pastejável) e nos pastos mais altos em relação ao estrato inferior e pastos baixos, e estes concentraram maior proporção de material morto. Para o índice de área foliar (IAF) Aruana e total os maiores valores ocorreram para pastos altos e os menores valores nos pastos baixos. As estratégias de manejo influenciaram a massa de forragem e estrutura do pasto onde pastos altos (45 e 60 cm) apresentaram maior proporção de leguminosas e lâminas de capim Aruana e menor proporção de material morto em relação aos pastos baixos (15 e 30 cm). A estratégia de manejo de altura do dossel de 15 cm não é indicada para a manutenção de pastos multiespécies com estas espécies.
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IDENTIFICAÇÃO DE REGIÕES GENÔMICAS EM OVINOS SANTA INÊS ASSOCIADAS COM RESISTÊNCIA, RESILIÊNCIA E SUSCEPTIBILIDADE A ENDOPARASITAS GASTROINTESTINAIS
Marina Bueno Mioto
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A ovinocultura está em crescente expansão no Brasil, porém a infestação dos animais por endoparasitas gastrointestinais é um dos principais fatores que afetam a produção. O uso inadequado de anti-helmínticos contribui para o aumento de nematoides resistentes, causa contaminação ambiental, tornando necessário encontrar meios alternativos de controle. O objetivo deste trabalho foi detectar variações no número de cópias de segmentos de DNA (CNV) no genoma de ovinos Santa Inês e identificar genes associados ao sistema imune e resposta inflamatória em ovinos resistentes, resilientes e susceptíveis, auxiliando na compreensão dos mecanismos biológicos que atuam contra a infestação por endoparasitas gastrointestinais. O total de 336 ovinos da raça Santa Inês foram genotipados com o Ovine SNP50 Genotyping BeadChip (Illumina) e a identificação das CNVs foi realizada por meio do software PennCNV. O ajuste para o conteúdo de guaninacitosina (GC) foi realizado para reduzir a taxa de CNVs falso-positivas considerando 500 kb ao redor de cada SNP. As CNVs identificadas em apenas uma amostra, com menos de três SNPs, LRR>0,70, BAF>0,01 e GC wave>0,09 foram excluídas. O total de 485 CNVs (199 deleções e 286 duplicações) foram detectadas em todos animais, as quais abrangeram 59.111.212 bp bp (2,41%) do genoma autossômico. O total de 89 CNVs (47 deleções e 42 duplicações) foram identificadas em ovinos resistentes, 258 CNVs (91 deleções e 167 duplicações) em ovinos resilientes e 138 CNVs (61 deleções e 77 duplicações) em ovinos susceptíveis. Tais CNVs contêm 151, 638 e 177 genes codificantes de proteínas nos animais resistentes, resilientes e susceptíveis, respectivamente, dentre os quais se destacam os relacionados ao sistema imune e resposta inflamatória. Foram detectados os genes ARFGAP2, AP2A1, GRK7, AP2B1, EHD2, ZFYVE9, GIT1, EPN3, VPS4B e CYTH2 em animais resilientes e CXCL16, ALOX12 e ALOX15 em animais susceptíveis. A análise de enriquecimento funcional, realizada por meio da ferramenta DAVID v.2021, revelou em animais resistentes 13 termos de ontologia gênica (GO) e cinco vias metabólicas (KEGG) significantes (P<0,05). Nos animais resilientes foram detectados 29 GO e oito KEGG significantes (P<0,05), dentre os quais destaca-se a endocitose (oas04144). Em animais susceptíveis foram observados 19 GO e duas KEGG significantes (P<0,05), com destaque para a quimiotaxia de linfócitos (GO:0048247), via da lipoxigenase (GO:0019372), processo metabólico do ácido araquidônico (GO:0019369), processo metabólico do ácido linoleico (GO:0043651), processo biossintético da lipoxina A4 (GO:2001303), atividade do araquidonato 12- lipoxigenase (GO:0004052) e araquidonato 15-lipoxigenase (GO:0050473). Genes associados ao sistema imune e resposta inflamatória foram identificados em CNVs de todos os grupos de animais, os quais podem, entre outros, atuar na resposta contra infecções por endoparasitas gastrointestinais. Este estudo auxilia na compreensão dos diferentes mecanismos de resposta imune em ovinos resistentes, resilientes e susceptíveis, o qual poderá contribuir com estudos que visam diminuir o uso de anti-helmínticos e aumentar a produtividade na ovinocultura.
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Perfil metabólico do músculo Pectoralis major de perdizes (Rhynchotus rufescens) machos submetidos à seleção para crescimento
Claudianny Souto Maior de Moraes Vilar
resumo
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O objetivo do presente estudo foi identificar e quantificar os metabólitos no músculo Pectoralis major de perdizes (Rhynchotus rufescens) machos submetidos a seleção para característica de crescimento. O presente estudo foi desenvolvido na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Câmpus de Botucatu. O índice de seleção foi constituído e dois grupos experimentais foram formados: grupo seleção (PerdizS) e grupo comercial (PerdizC). Os animais abatidos foram as progênies da segunda geração de cada grupo (PerdizS e PerdizC), sendo 10 machos de cada grupo experimental. Após o abate, amostras do músculo Pectoralis major foram coletadas e submetidas a análise de metabólitos por meio de Ressonância Magnética Nuclear (RMN 1H). Os metabólitos foram extraídos, os espectros obtidos por meio da RMN 1H e os dados analisados utilizando estatística uni e multivariada para a identificação dos metabólitos diferencialmente expressos. Foram observados 65 metabólitos, dos quais 29 foram diferencialmente expressos entre os grupos experimentais PerdisS e PerdizC (p<0,05). No grupo PerdizS, 25 metabólitos apresentaram concentrações superiores, no qual 23 desses, como a glicose, NAD+, aspartato, creatina, creatina fosfato, creatinina, prolina, treonina e outros, demonstram participação na síntese proteica e assim atuando no crescimento muscular. No grupo PerdizC, quatro metabólitos apresentaram concentrações maiores, na qual a β-alanina e colina podem participar indiretamente na síntese proteica. O resultado da análise dos componentes principais (PCA) e análise discriminante parcial dos mínimos quadrados (PLS-DA) representaram 55,9% e 44,7% da variância total, respectivamente. As vias metabólicas de alto impacto e significativas (p<0,05) observadas em relação aos grupos PerdizC e PerdizS foram, biossíntese da fenilalanina, tirosina e triptofano; metabolismo da alanina, aspartato e glutamato; metabolismo da glutamina e glutamato; metabolismo da β-alanina; metabolismo da glicina, serina e treonina; metabolismo da taurina e hipotaurina; metabolismo da histidina; metabolismo da fenilalanina. Apesar do curto período de seleção das perdizes o presente estudo observou diferenças nas concentrações dos metabólitos dos diferentes grupos experimentais, que influenciaram no crescimento muscular das aves do grupo PerdizS.
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Reclassificação de bovinos Nelore com base no consumo alimentar residual calculado no pós-desmame e na terminação
Bruna Roberta Amâncio
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O Brasil ocupa hoje o segundo lugar no ranking de maior rebanho bovino do mundo, com 214,7 milhões de cabeças de bovinos, e encontra-se entre os quatro primeiros maiores exportadores mundiais. Entretanto os custos com a alimentação são responsáveis por 65-70% do investimento total designado para a produção de carne, fazendo-se necessária a redução desses valores. Uma alternativa para reduzir custos é melhorar eficiência dos animais. Gerenciar o crescimento do animal é imprescindível na produção de bovinos de corte, pois o processo de crescimento está relacionado diretamente à eficiência em produzir carcaça de qualidade. Algumas das ferramentas utilizadas para o aperfeiçoamento da eficiência na produção de bovinos de corte são as medidas de eficiência alimentar, o constante monitoramento das medidas como conversão alimentar (CA), eficiência alimentar (EA), consumo alimentar residual (CAR), ganho de peso residual (GPR), consumo e ganho residual (CGR). Vários fatores são responsáveis pela diferença na eficiência alimentar do animal como a dieta, condições ambientais, tamanho corporal, exigências de mantença, raça e sexo. Atualmente o CAR vem sendo considerado um bom índice para identificar a eficiência alimentar em rebanhos de corte no Brasil, sendo estudado em períodos distintos da vida do animal, mais comumente no pós-desmame e na terminação, períodos em que os animais possuem diferentes exigências nutricionais e de mantença. Evidências sugerem que CAR medido em bovinos de idades jovens está altamente correlacionado ao CAR obtido no período de terminação.
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USO DE TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA PARA DETECÇÃO DE ANAPLASMA MARGINALE EM BEZERROS LEITEIROS
Gabrielle Doracenzi da Cunha
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A fase de aleitamento, que compreende o período do nascimento até o desaleitamento, é crítica para os bezerros e as taxas de mortalidade podem ser elevadas, comprometendo a eficiência do sistema de criação. A utilização da termografia infravermelha pode ser uma tecnologia não invasiva importante na detecção precoce de doenças infecciosas e assim auxiliar no sistema de produção. Este estudo objetivou pesquisar a aplicabilidade da termografia infravermelha (TIV) na captação de diferenças nas temperaturas do corpo causadas no processo infeccioso pelo Anaplasma marginale em bezerros leiteiros. Em um experimento de 74 dias, quarenta bezerros machos holandeses na fase de aleitamento e desaleitamento, foram inoculados com Anaplasma marginale aos 40 dias de idade. Fotos termográficas infravermelho, temperaturas infravermelhas e parâmetros fisiológicos foram realizadas durante as quatro semanas subsequentes da inoculação e no dia de maior manifestação da doença (temperatura retal acima de 40°C e volume globular menor ou igual a 60% do basal de cada bezerro, N=13) e comparados estatisticamente. O aumento de temperatura corporal do animal provocado pela anaplasmose foi detectada pela TIV. Os bezerros com sinais clínicos de Anaplasma marginale apresentaram maior frequência cardíaca (P=0.01), maior temperatura retal (˂0.01), maior temperatura infravermelha de flanco esquerdo (P=0.02). Os animais com Anaplasma marginale tiveram maiores TIV máximas de olho direito (P=0.03) e maiores temperatura médias de olho direito (P=0.03), flanco esquerdo (P=0.04) e tendência a maiores TIV do corpo no lado direito (P=0.07), atrás da orelha direita (P=0.07), pata esquerda (P=0.08), lado esquerdo do corpo (P=0.07) e atrás da orelha esquerda (P=0.08). A TIV do corpo do lado esquerdo foi o parâmetro que apresentou maior correlação (0,65) com a temperatura retal. A TIV mostrou-se eficiente em detectar o estado fisiológico de aumento de temperatura causado pelo Anaplasma marginale. As termografias infravermelhas do flanco esquerdo e a lateral do corpo esquerdo apresentaram maior correlação com a temperatura retal nos animais com sintomas clínicos de Anaplasma marginale. Mais estudos com a termografia devem ser desenvolvimentos para a sua aplicabilidade em sistemas produtivos.
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