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DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS em 2021
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Produção de Leite e Medidas Corporais de Primíparas da Raça Gir Leiteiro
Caroline Martins Gonçalves
resumo
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O trabalho teve como objetivo avaliar as mudanças nas características produtivas e
corporais durante a lactação de primíparas da raça Gir em prova de produção de leite.
As observações analisadas no presente estudo foram provenientes de animais
participantes da 1ª e 2ª Prova Nacional de Produção de Leite: Gir Leiteiro Sustentável
promovida pela ABCGIL (Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro). As
provas continham 26 e 22 primíparas participantes na primeira e segunda provas,
respectivamente, provenientes de 27 rebanhos. As informações de peso corporal, escore
de condição corporal (ECC) e espessura de gordura subcutânea (EGS) foram
mensuradas mensalmente, desde o pré-parto até o final da lactação. O ECC foi medido
numa escala de 1 a 9 e a EGS foi mensurada em cinco diferentes locais do corpo do
animal por meio de aparelho de ultrassom. A produção de leite dos animais foi
registrada mensalmente, durante o controle leiteiro oficial. Os animais apresentaram
idade média ao parto de 35,4 ± 5,3 meses, peso corporal ao parto de 445,0 ± 58,82 kg e
ECC médio ao parto de 5,94 ± 1,32. A produção de leite diária dos animais durante a
lactação foi de 10,41 ± 3,09 kg com duração média da lactação de 274 dias. Houve
queda no peso corporal, ECC médio dos animais após o parto até o terceiro mês de
lactação (417,51 ± 53,7 kg; 4,84 ± 1,11, respectivamente) indicando que houve
mobilização das reservas corporais para produção de leite. Todas as medidas de EGS
das primíparas apresentaram resultados semelhantes, com perdas de gordura durante a
lactação até os 7 meses. A medida de EGS transversal entre a tuberosidade ilíaca até a
ponta do ísquio foi o local analisado para espessura de gordura que apresentou maior
sensibilidade às alterações corporais dos animais no decorrer da lactação. A produção
de leite dos animais não foi afetada pela perda de peso durante a lactação. Entretanto,
maiores produções de leite estiveram associadas com as maiores perdas de ECC e EGS
durante a lactação. Aparentemente a região entre a tuberosidade ilíaca até a ponta do
ísquio é o melhor local para se realizar a EGS de animais da raça Gir voltados para
produção de leite.
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Acúmulo de forragem de híbridos de Urochloa e o efeito de reguladores de crescimento nos componentes produtivos
Thiago Herling da Cruz Madeira
resumo
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A pecuária brasileira possui grande destaque mundial em diversos números produtivos, um dos fatores que contribuem para o sucesso da atividade é o uso de forrageiras tropicais, que se adaptaram ao país e possuem boa produção de biomassa. O Brasil possui grande variedade de cultivares forrageiras, principalmente dos gêneros Urochloa e Megathyrsus, entretanto os pecuaristas necessitam de novos cultivares com alta produção de forragem e adaptados aos seis diferentes biomas brasileiros, fato evidenciado pela preferência entre os produtores do mesmo cultivar (Urochloa brizantha cv. Marandu), que está presente em quase metade das áreas de pastagens plantadas. Entretanto, o cultivar citado não se adapta a todos os biomas brasileiros, que trouxe prejuízos aos pecuaristas de diversas regiões do Brasil, como o surgimento da doença conhecida como “síndrome da morte do capim braquiária”. Uma alternativa é o melhoramento de plantas, buscando novas forrageiras com boa produção forrageira e adaptadas aos diferentes ecossistemas presentes no Brasil. O processo de melhoramento é complexo e exige muitos recursos e tempo. O melhoramento do gênero Urochloa apresenta algumas dificuldades, em destaque anormalidades meióticas da formação dos gametas masculinos, que como consequências os novos híbridos com frequência apresentam baixos índices de produção de sementes. Para sustentar o destaque brasileiro no setor pecuário é fundamental que novos estudos sejam realizados avaliando os novos híbridos gerados pelo melhoramento de forrageiras, que garanta o lançamento de novos materiais no mercado, com boa produção forrageira, adaptação aos biomas brasileiros e com altos índices de produção de sementes.
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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS PROTEICOS PARA AUMENTAR OS NÍVEIS DE PROTEÍNA NÃO DEGRADADA NO RÚMEN
David Augusto Bittencourt Pereira
resumo
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Na bovinocultura de corte moderna, os animais de alta produtividade exigem maior quantidade de proteína não degradável no rúmen (PNDR) para suprir suas exigências em proteína metabolizável. A proteína é o nutriente mais oneroso da dieta, e sua utilização em quantidades adequadas resulta em economia financeira e gera menor impacto ambiental devido a menor excreção de compostos nitrogenados via fezes e urina. A degradação ruminal das fontes proteicas é influenciada pelas suas características estruturais ou por diferentes tipos de processamento. Este projeto teve como objetivo avaliar e ranquear diferentes processamentos para aumentar a PNDR dos principais alimentos proteicos utilizados no Brasil (farelos de: algodão, amendoim e soja). Os processamentos utilizados foram: 1) autoclavagem a 127°C com pressão interna de 117kPa por 8, 16 ou 24 minutos, com e sem adição de xilose, 2) tostagem em estufa de secagem a 150°C por 30,60 ou 90 minutos, com e sem adição de xilose, 3) tostagem em micro-ondas por 2, 5 ou 6 minutos, com e sem adição de xilose, 4) adição de extrato de tanino: 2, 4 ou 6% de solução com 70% de Ácido Tânico (700 g/kg min; Tanfeed®), e 5) quatro produtos comerciais comumente utilizados no brasil foram as amostras controle, totalizando 49 ingredientes diferentes. Para determinação da proteína degradável no rúmen (PDR) e PNDR foi utilizada a metodologia in situ descrita pelo NRC (2001). Os saquinhos provenientes da incubação de 12 horas também foram utilizados para determinação da digestibilidade intestinal da proteína in vitro. Os procedimentos estatísticos foram realizados utilizando o SAS 9.4, com P = 0,05. Os resultados obtidos de PNDR com os tratamentos tostagem micro-ondas com xilose 6 min no farelo de amendoim, tostagem forno convencional com xilose 90 min, autoclave com xilose por 8 min e adição de tanino 6% no farelo de algodão e adição de tanino 2% no farelo de soja indicam que houve aumento da PNDR e proteção da PB do alimento e, portanto, o uso dos processamentos foi eficaz em proteger a fração proteica dos alimentos sem prejudicar a digestibilidade intestinal.
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CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA E QUALIDADE DE CARNE DE OVINOS CLASSIFICADOS POR DIFERENTES MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ALIMENTAR
Danielle Nunes Gurgeira
resumo
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O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de duas medidas de eficiência alimentar nos índices zoométricos, nas características de carcaça e qualidade de carne. Foram utilizados 40 machos ovinos, não castrados, da raça Santa Inês, com idade inicial média de 187±30 dias e peso inicial médio de 44,5±4,1 kg. O consumo de matéria seca (CMS) foi registrado durante 61 dias e os animais foram pesados a cada 14 dias para obtenção do ganho médio diário (GMD). Foram calculados o peso vivo médio metabólico (PVMM), a taxa de crescimento relativo (TCR), a taxa de Kleiber (TK), a conversão alimentar (CA), o consumo de matéria seca em relação ao peso vivo (CMSPV), o consumo alimentar residual (CAR) e o consumo e ganho residual (CGR). Medidas morfométricas foram registradas no início e no final do experimento para o cálculo dos índices zoométricos. Após o abate foram registrados os pesos dos componentes não carcaça, peso de carcaça quente, pH, temperatura e foram aferidas as medidas do trato gastrointestinal. Após o resfriamento as carcaças foram avaliadas quanto a conformação, escore de acabamento, medidas internas e externas e separação dos cortes comerciais. Em seguida foi registrada a área de olho de lombo, espessura de gordura, perdas por cocção, força de cisalhamento (FC) e análise físico-química da carne. As análises estatísticas foram realizadas pelos procedimentos CORR e GLM (SAS, Inst., Inc.,Care, NC, USA). A análise de correlação (PROC CORR) foi feita pelo método de Pearson e a análise de variância (PROC GLM) foi realizada incluindo no modelo o efeito de classes de CAR ou RIG (SAS, Inst., Inc.,Care, NC, USA). A análise de correlação entre as características de eficiência, características de carcaça, qualidade de carne e índices zoométricos foram feitas pelo método de Pearson pelo PROC CORR (SAS, Inst., Inc., Care, NC, USA). Os animais mais eficientes pelo CAR e CGR tiveram um consumo de matéria seca de 0,700 Kg e 0,400 Kg, respectivamente, menor do que os menos eficientes. Os menores valores de conversão alimentar foram apresentados pelo grupo dos cordeiros mais eficientes, sendo 6,29 e 6,37, para CAR - e CGR +. Apesar destas variações nas medidas de eficiência, o ganho médio diário (0,230 kg/dia) não diferiu entre os grupos (P>0,05), assim como as demais variáveis de desempenho avaliadas. Ao analisar os índices zoométricos, as características de carcaça, os componentes não carcaça, os rendimentos dos cortes e a análise físico-química não foi observado diferença (P>0,05) entre os grupos classificados para CAR e para CGR, com exceção da FC, na qual os animais menos eficientes apresentaram uma carne com menor FC. A utilização de ambas as medidas estudadas são adequadas para identificar animais mais eficientes dentro de um grupo padronizado, sem causar prejuízos no desempenho, nas características de carcaça e qualidade de carne.
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Desenvolvimento de técnicas de genética molecular para a identificação de fraude de leite de vaca em leite e produtos lácteos de búfala
Bianca Tainá Azevedo
resumo
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A crescente demanda por derivados de leite de búfalas nos últimos anos tem destacado a espécie bubalina na pecuária brasileira, encorajando muitos produtores a investir nessa área de produção. A superioridade e os benefícios à saúde humana dos componentes do leite de búfala contribuem com o aumento do consumo de seus derivados. Essa crescente demanda aliada com o fato de a produção ser sazonal e possuir maior valor agregado, pode levar a um aumento da incidência de práticas ilícitas, como adição de quantidade variáveis do leite de vaca durante a fabricação, caracterizando fraude por adulteração de produto. Alguns métodos analíticos distintos têm sido utilizados para a identificação de espécies em leite e produtos lácteos, contudo, os métodos baseados na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) são considerados as técnicas mais confiáveis e sensíveis. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivos a padronização de um método de extração de DNA que possa ser aplicado em diferentes tipos de produtos lácteos e o desenvolvimento e padronização de duas técnicas baseadas na PCR em Tempo Real como métodos para detecção de fraude: análise de HRM (High Resolution Melting) e detecção por sistema rhAmp® SNP. A extração de DNA foi padronizada para todas as amostras utilizadas, sendo dez amostras de leite e onze amostras de produtos lácteos. A técnica que apresentou maior sensibilidade na detecção de fraude foi rhAmp (1%) comparada a do ensaio HRM (5%). Ambas as técnicas podem ser utilizadas para a identificação de adulteração do produto, porém quando altos níveis de sensibilidade são necessários a técnica que utiliza rhAmp pode ser considerada a melhor opção.
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Diferentes Medidas de Eficiência Alimentar, Desempenho, Composição Corporal e Perfil Lipídico em Bovinos Nelore
Gleice Kellen Bassi
resumo
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Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito de medidas de eficiência alimentar, desempenho, composição corporal e perfil lipídico de bovinos Nelore. A compilação de três experimentos de terminação e abate realizados no Centro Avançado de Pesquisa de Bovinos de Corte, com o total de 87 machos da raça Nelore, abatidos após período de terminação para ganho de gordura corporal. Os animais foram classificados como eficientes ou não eficientes de acordo com medidas de eficiência alimentar: consumo alimentar residual (CAR), ganho de peso residual (GPR) e consumo e ganho residual (CGR). Foram determinadas medidas de desempenho, composição corporal e perfil de AG da gordura do músculo Longissimus. As composições químicas do corpo vazio e da carcaça foram estimadas de acordo com equações da literatura. Coeficientes de correlação de Pearson foram calculados para investigar a associação entre as variáveis estudas. O modelo estatístico incluiu efeitos fixos, classe de eficiência, rebanho e dieta. Idade ao abate utilizada como co-variável. Ano utilizado como efeito aleatório. As interações entre os efeitos fixos foram testadas, sendo não significativas e retiradas do modelo. As médias foram calculadas pelo método dos quadrados mínimos e comparadas pelo teste t ao nível de 5% de probabilidade. Os efeitos foram considerados significativos quando P≤ 0,05, e tendência quando P≤ 0,10. Animais classificados como eficientes de acordo com o GPR apresentaram maior ganho médio diário de peso (1,16 vs. 0,860kg/d; P <,0001) e maior CGR que os animais não eficientes. Todas as medidas de eficiência alimentar foram correlacionadas entre si. Não houve efeito significativo da classe de CAR sobre o desempenho dos animais, entretanto, animais classificados como eficientes de acordo com o CGR apresentaram menor consumo de matéria seca (6,31 vs. 7,15kg/d; P = 0.004) e maior ganho de peso (1,11 vs. 0,890kg/d; P = 0.002) que os não eficientes. A composição corporal dos animais não foi afetada pela eficiência alimentar em nenhuma das medidas estudadas. Animais classificados como eficientes quanto ao CAR, quando comparados aos não eficientes, apresentaram menor teor dos AG vacênico (1,61 vs. 1,80g/100g; P = 0,010), CLA (0,355 vs. 0,420g/100g; P = 0,087) e docosatetraenóico (0,568 vs. 0,718g/100g; P = 0,044), em contrapartida, apresentam maior teor dos AG eicosadienóico (0,053 vs. 0,042g/100g; P = 0,076) e docosapentaenóico (0,415 vs. 0,294g/100g; P = 0,065). A classificação pela medida GPR exerceu efeito no AG araquídico sendo menor (0,068 vs. 0,077g/100g; P = 0,011) nos animais eficientes, também influenciou o AG esteárico sendo maior (15,0 vs. 13,8g/100g; P = 0,095) nos animais eficientes. A mesma influencia sobre o AG esteárico ocorreu na classificação por CGR (14,9 vs. 13,7g/100g; P = 0,078). Em conclusão as medidas de eficiência utilizadas CAR, GPR e CGR não impactaram negativamente as características da carcaça. A classificação quanto ao CAR foi a que mais teve efeito sobre o perfil de ácidos graxos, influenciando principalmente as famílias ω-3 e ω-6. Entretanto, os animais eficientes quanto a GPR e CGR apresentaram influência negativa sobre a atividade da enzima Δ9 dessaturase 18, o que pode impactar negativamente a qualidade da carne, ao aumentar o ponto de fusão da gordura presente no músculo Longissimus, prejudicando as características sensoriais da carne.
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EFEITO DA IDADE DE FÊMEAS NELORE (Bos indicus) NA PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES E TAXA DE GESTAÇÃO
Marina de Oliveira Silva
resumo
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O objetivo do presente estudo foi avaliar a quantidade e qualidade oocitária e produção de embriões de doadoras da raça Nelore (Bos indicus) de três categorias de idade (novilhas pré-púberes, novilhas púberes e vacas) e associá-las com taxa de gestação. Foram utilizadas 36 doadoras, sendo 11 novilhas pré-púberes (13±0,61 meses, 240±10,3 kg), 17 novilhas púberes (25±0,78 meses, 352±8,30 kg) e 8 vacas (83±28 meses, 560±12,1 kg). As fêmeas foram submetidas a três aspirações folicular guiadas por ultrassom (OPU), sem sincronização, em dias aleatórios do ciclo estral, com intervalo de 21 dias. Foram realizadas medidas do trato genital externo (comprimento da rima e largura da vulva) e avaliações ultrassonográficas dos ovários para quantificação de folículos antrais e média dos diâmetros dos ovários (XOV). Os embriões produzidos de oócitos das novilhas pré-púberes, novilhas púberes e vacas foram transferidos para receptoras multíparas da raça Nelore. O diagnóstico de gestação foi realizado 30 dias após a transferência de embriões por meio de ultrassonografia, e o diagnóstico confirmatório foi realizado 60 dias depois. As variáveis foram testadas quanto a distribuição por meio do procedimento Box-cox e transformadas quando necessário, e foram analisadas utilizando-se os procedimentos MIXED, GLIMMIX e CORR (SAS Inst., Inc., Cary, NC, US). O comprimento da rima diferiu entre vacas (9,56 ± 0,30a cm) e novilhas, sendo semelhante nas novilhas pré-púberes e púberes (7,85 ± 0,25b cm, e 8,40 ± 0,20b cm, respectivamente), enquanto a largura da vulva diferiu entre as três categorias de idade (4,60±0,11c, 5,58±0,09b, e 6,09±0,13a cm para vacas, novilhas prépúberes, e novilhas púberes). A XOV foi semelhante para a categoria das novilhas prépúberes e púberes mas diferiu da categoria das vacas (20,0 ± 0,57b mm, 20,8 ± 0,46b mm, e 25,96 ±0,67a mm para novilhas pré-púberes, novilhas púberes e vacas). Vacas apresentaram maior número de folículos totais (32,87 ± 5,32b; 35,0 ± 4,28b; e 58,68 ± 6,26a para novilhas pré-púberes, púberes e vacas), assim como maior número de folículos <5mm (30,0±5,3b, 31,7±4,2b, e 54,5±6,2a para novilhas pré-púberes, novilhas púberes e vacas), e de folículos de 5-8mm (1,7±0,36b, 1,8±0,29b, e 4,0±0,43a). Entretanto, o número de folículos >8mm foi maior na categoria das novilhas pré-púberes (1,0±0,16b, 1,3±0,12ab, e 1,0±0,19a). Em relação à produção oocitária, as vacas apresentaram maior número de oócitos viáveis (20,60 ± 5,12b, 19,05 ± 4,12b, e 34,14 ± 6,01a para novilhas pré-púberes, novilhas púberes e vacas), de oócitos inviáveis (6,96 ± 1,06b, 7,29 ± 0,85b, e 10,03 ± 1,25a), e de total clivados (13,09 ± 3,72b, 12,4 ± 3,19b, e 21,1 ± 4,22a), embora a taxa de clivagem tenha sido semelhante entre as categorias de idade (63,5%, 65,5%, e 62,2%). Entretanto, o número de blastocistos por OPU (5,57 ± 1,99, 6,66 ± 1,72, e 9,74 ± 2,26 para novilhas pré-púberes, novilhas púberes e vacas) e a taxa de blastocistos foram semelhantes entre as categorias de idade. Quando transferidos para as receptoras, os embriões das novilhas pré-púberes e das vacas apresentaram maior taxa de gestação aos 30 dias do que embriões das novilhas púberes (43,1%, 33,8%, e 40,4% para novilhas pré-púberes, novilhas púberes e vacas), e o mesmo ocorreu com a taxa de gestação aos 60 dias (41,3%, 30,6%, e 39,0%). A variável XOV foi mediana e positivamente correlacionada com produção oocitária e embrionária na categoria das novilhas pré-púberes e púberes, o que não foi observado na categoria das vacas, enquanto o número de folículos totais foi alta e positivamente correlacionado com produção oocitária e embrionária nas três categorias. Os resultados permitem concluir que vacas apresentam maior produção oocitária e folicular do que fêmeas jovens. Entretanto, quando os oócitos são submetidos a FIV não há diferença na produção de blastocistos. As variáveis XOV e número de folículos totais podem ser indicativos da produção oocitária e embrionária, principalmente em fêmeas jovens.
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EFEITO DO ESTRESSE TÉRMICO EM CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS, HEMATOLÓGICAS E HORMONAIS EM BOVINOS DA RAÇA CARACU
Natalya Gardenazi Abduch
resumo
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O estresse térmico influencia diretamente o bem-estar, produção, reprodução e saúde animal, tornando lucrativa a criação de animais mais adaptados ao clima. Neste contexto, a raça Caracu se destaca por sua adaptabilidade ao clima tropical. O objetivo desse estudo foi avaliar a influência da temperatura ambiental em parâmetros fisiológicos (temperatura superficial obtida por termografia infravermelha e temperatura retal), hormonais (cortisol, cortisona e progesterona), hematológicos, características de pelame (coloração e comprimento dos pelos) e cor da pele do focinho em 48 machos e 43 fêmeas da raça Caracu. A coleta dos fenótipos e de amostras de sangue foi realizada nos animais antes (manhã) e após exposição ao sol por seis horas (tarde).O índice de tolerância ao calor (ITC) foi adotado como medida de estresse térmico dos animais. Imagens termográficas foram obtidas do lado direito do corpo do animal, focinho, lombo e olho direito de cada animal, visando identificar qual região apresenta maior correlação (P<0,05) com a temperatura retal(TR).Análise de variância foi realizada visando avaliar a influência do comprimento e coloração dos pelos, além da coloração da pele na região do focinho sobre a TR e temperatura superficial obtida através da termografia infravermelha. As características ambientais, medidas pelo índice de bulbo úmido e termômetro de globo negro (IBUTG)durante os dois tratamentos, foram analisadas por meio do Teste Tukey visando detectar a diferença entre os tratamentos. Análise de variância foi realizada com os parâmetros hematológicos, hormonais e temperaturas (retal e superficial), objetivando comparar essas variáveis entre os dois tratamentos. O IBUTG mostrou que houve diferenças significativas antes (20,71±0,09) e após exposição ao sol(38,84±0,15), o que refletiu diretamente no ITC dos animais que variou de 7,2 a 9,7 (8,5±0,49). Em relação à termografia, a região lateral inferior (LDI) apresentou maior correlação com a TR. Foi observada interação entre tratamento e sexo para LDI, cortisol e eosinófilos. Entre as características que foram influenciadas pelo tratamento e sexo (sem interação) destacam-se TR, cortisona e progesterona. Já para as variáveis influenciadas apenas pelo tratamento destacam-se os neutrófilos e segmentados, que apresentaram maiores concentrações após exposição dos animais ao sol. Para as variáveis influenciadas apenas pelo sexo, destacam-se os leucócitos, linfócitos e monócitos (fêmeas com maiores concentrações) e as plaquetas (machos com maiores concentrações).Assim, conclui-se que o estresse térmico provoca alterações em diversos parâmetros fisiológicos, sanguíneos e hormonais em bovinos Caracu e que machos e fêmeas apresentam diferenças nas respostas hematológicas frente ao estresse térmico. Além disso, a maioria dos parâmetros permaneceram dentro dos valores normais observados para raças taurinas adaptadas ao clima brasileiro, demonstrando que esse rebanho está adaptado ao clima tropical.
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EFICIÊNCIA ALIMENTAR, AVALIAÇÃO DO METANO ENTÉRICO IN VIVO E PARÂMETROS FERMENTATIVOS RUMINAIS EM OVINOS
Charleni Crisóstomo
resumo
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No atual cenário que estamos vivendo de enfrentamento da pandemia do COVID-19 e demanda por alimentos de qualidade e de alto valor agregado relacionando-se com questões de mudanças climáticas, a produção zootécnica deve-se atentar a buscar soluções na eficiência produtiva dos animais sendo mais sustentável. Este estudo teve como objetivo avaliar a emissão do metano entérico (CH4) e parâmetros fermentativos ruminais em ovinos selecionados através de medidas de eficiência alimentar. Para o teste de eficiência alimentar foram utilizados 40 ovinos jovens, machos não castrados, com peso inicial médio de aproximadamente 28,9 Kg e média de 120 dias de idade, confinados em baia coletiva com a presença de cochos eletrônicos (Intergado®). O teste foi realizado em dois períodos consecutivos de 60 e 61 dias, sendo possível a separação dos animais em três classes de acordo com a estimativa do consumo alimentar residual (CAR) e três para o consumo e ganho residual (CGR). Após classificação dos 40 animais pelo CAR, estes foram utilizados para a determinação da emissão de CH4 sendo alocados em câmaras respirométricas semi-abertas individuais, em duas fases ao término de cada período de teste de eficiência alimentar (junho e agosto 2019) onde também coletou-se amostras de líquido ruminal para avaliação dos parâmetros fermentativos. Com a utilização de software estatístico foram realizadas análises de variância e comparação entre as médias, além de análise de correlação entre os dados obtidos, assumindo-se nível de 5% de significância. Não foram encontradas diferenças estatísticas (P > 0,05) na produção de CH4 entérico e nos parâmetros fermentativos ruminais entre as classes de medidas de eficiência alimentar dos animais. Estes resultados indicam que a seleção de animais através das medidas de eficiência alimentar é algo interessante visando maior sustentabilidade no sistema produtivo, pois animais mais eficientes ingerem menos alimento, mantendo níveis satisfatórios de desempenho, sem que isso interfira na emissão de CH4 e nos parâmetros fermentativos ruminais.
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RELAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL E PARÂMETROS SEMINAIS E ULTRASSONOGRAFIA TESTICULAR DE TOUROS DA RAÇA NELORE
Marcelo Sant'Ana Borges
resumo
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O consumo alimentar residual (CAR) é um dos parâmetros de mensuração da eficiência alimentar mais estudados, sendo importante para identificação de animais mais eficientes (baixo CAR) e menos eficientes (alto CAR) levando-se em conta o ganho de peso e o peso corporal. Estudos observaram que animais baixo CAR geram progênies que consomem menor quantidade de matéria seca. Entretanto, diferentes estudos observaram relação negativa do CAR com parâmetros reprodutivos de touros. Ainda assim, outros estudos não observaram relação entre o CAR e parâmetros de interesse reprodutivo. Diante disso, objetivou-se com o presente estudo avaliar as características de ecogenicidade do parênquima testicular e parâmetros vasculares do plexo pampiniforme avaliadas por ultrassonografia (modo B e doppler), os parâmetros de qualidade espermática e seminal, assim como congelabilidade espermática de touros da raça Nelore classificados de acordo com CAR. Para o estudo foram selecionados 27 touros jovens (21,82± 0,88 meses de idade), sendo 15 baixo CAR (- 0,592±0,09 kg de matéria seca/dia) e 12 alto CAR (0,792±0,10 kg de matéria seca/dia), previamente classificados em teste de eficiência alimentar. Foram realizadas duas análises ultrassonográficas do parênquima testicular e vascular no plexo pampiniforme de cada animal e quatro colheitas de sêmen com auxílio de eletroejaculador. Uma amostra de sêmen foi separada e acondicionada em 500μL de solução formol salina tamponada para análise de morfologia espermática. Nas duas últimas colheitas o sêmen foi congelado, sendo que na última o ejaculado foi dividido em duas alíquotas: a primeira foi congelada normalmente e a segunda foi centrifugada para a separação do plasma seminal. Foram realizadas avaliações computadorizadas da cinética espermática (CASA) com o sêmen in natura, após descongelamento e após o teste de termorresistência rápido (TTR). Na ultrassonografia e doppler animais mais eficientes (baixo CAR) apresentaram maiores valores no índice de pulsatilidade e resistência vascular além de tendência a maiores valores para heterogenicidade do parênquima testicular (0,625±0,032 vs. 0,508±0,032, 1,012±0,072 vs. 0,802±0,072, 12,9±0,96 vs. 10,2±0,96, respectivamente). Já os animais menos eficientes (alto CAR) apresentaram tendência a maiores valores da velocidade do pico diastólico (5,19±0,50 vs. 6,54±0,50). Analisando o sêmen in natura, foi observado maior porcentagem de defeitos menores para animais alto CAR (2,67±1,19 vs. 8,10±1,19). Entretanto, não foram observadas diferenças entre animais mais e menos eficientes nos demais parâmetros seminais, tanto in natura quanto descongelado e após TTR. Conclui-se que o CAR não influenciou na qualidade seminal in natura, descongelado e após TTR, assim como nos parâmetros bioquímicos do plasma seminal; entretanto, o CAR influenciou negativamente nos parâmetros vasculares do plexo pampiniforme avaliados pela técnica doppler.
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