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DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS em 2020
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Avaliação de diferentes métodos de controle de larvas de Dermatobia hominis em bovinos de leite.
Júlia Letícia Ribas
resumo
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As infestações causadas pelas larvas de Dermatobia hominis, causam diversos prejuízos, principalmente à indústria do couro. O controle do parasito é feito predominantemente por meio de produtos químicos (tópicos ou injetáveis), cujo os mesmos podem deixar resíduos no ambiente e no produto animal, além de alguns grupos químicos já não apresentam eficiência para o controle das larvas. Pensando em opções mais ecológicas e sustentáveis, o objetivo do presente estudo foi comparar três métodos de tratamentos no controle de larvas de D. hominis em bovinos leiteiros: T1 - cipermetrina, clorpirifos e citronela na por via pour on; T2 - Triclorfon em pó dissolvido em óleo queimado; T3 - extração manual das larvas. De um rebanho com 176 animais, 29 (16%) que estavam com pelo menos um berne receberam os tratamentos aleatoriamente. Foram feitas avaliações nos dias +4; +7; +14 e +21 pós tratamento. Outros fatores, tais como, presença de outros ectoparasitas (carrapato Rhipicephalus microplus e mosca-do-chifre Haematobia irritans), presença de abscessos e novos bernes foram também observados. O trabalho revelou que a extração manual é um método eficaz, econômico e ecológico, devendo ser incentivado nas propriedades leiteiras.
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AVALIAÇÃO GENÉTICA DE CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO INGESTIVO E CORRELAÇÃO COM CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA ALIMENTAR
Lorena Ferreira Benfica
resumo
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O comportamento ingestivo de bovinos define o padrão de alimentação destes animais e pode estar correlacionado com a eficiência alimentar. O objetivo do presente trabalho foi estimar parâmetros genéticos, com a inclusão de dados genômicos, para as características de comportamento ingestivo, eficiência alimentar e crescimento em bovinos da raça Nelore. Foi avaliado banco de dados de animais da raça Nelore, nascidos de 1978 a 2017, contendo 741 animais com registro de comportamento ingestivo, 1426 animais com registro de eficiência alimentar, 9438 animais com registro de peso à seleção obtido ao sobreano, e 1200 animais com informação genômica. Foram avaliadas as seguintes características de comportamento ingestivo: tempo de permanência no cocho (TPC), duração do evento de alimentação (DEA), frequência de visitas ao cocho (FVC), taxa de alimentação (TxAlim) e consumo de matéria seca por visita (CMSv); as seguintes características de eficiência alimentar: consumo alimentar residual (CAR), ganho de peso residual (GANR), conversão alimentar (CA); e as seguintes características de crescimento: ganho médio diário (GMD) e peso a seleção (PSEL). Os componentes de (co)variância foram estimados pelo método REML e modelos BLUP e ssGBLUP em análises bi-características. O modelo geral de análise incluiu efeitos aleatórios genéticos aditivos direto do animal, efeito fixo de grupo de contemporâneo, e idade da vaca (efeitos linear e quadrático) e do animal (efeito linear) como covariáveis. Foram calculadas as respostas diretas a seleção para as características de eficiência alimentar, GMD e PSEL, além das respostas correlacionadas na eficiência alimentar e crescimento, pela seleção direta para menor TPC. As herdabilidades estimadas foram 0,51±0,07, 0,32±0,07, 0,26±0,07, 0,37±0,07 e 0,32±0,07 para TPC, DEA, FVC, TxAlim e CMSv, respectivamente. A maior correlação fenotípica estimada foi entre TPC e CAR (0,46). GMD e PSEL foram fenotípica e negativamente correlacionados com FVC (- 0,04±0,03 e -0,11±0.03, respectivamente). CAR foi a característica mais geneticamente correlacionada com TPC, DEA, e CMSv (0,70±0,11, 0,58±0,16 e 0,41±0,17, respectivamente). As estimativas de correlação genética de GMD e PSEL com CMSv foram positivas (0,47±0,15 e 0,43±0,11), enquanto com FCV as correlações genéticas foram negativas (-0,09±0,16 e -0,29±0,14). CAR apresentou maior expectativa de ganho genético na seleção indireta do que na seleção direta, entretanto, a resposta correlacionada à seleção para menor TPC é desfavorável para as características CA, GMD e PSEL. Em conclusão, as características de comportamento ingestivo apresentam variabilidade genética suficiente e correlações genéticas desejáveis para serem incluídas em programas de seleção visando o melhoramento das características de eficiência alimentar e crescimento.
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CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL, NUTRIÇÃO PRÉ E PÓSNATAL E CRESCIMENTO DE BEZERROS NELORE
Ana Carolina Almeida Rollo de Paz
resumo
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Objetivou-se com este estudo avaliar o efeito entre o consumo alimentar residual (CAR) de matrizes Nelore e o potencial de crescimento e expressão dos genes de suas progênies, com ambientes nutricionais distintos durante gestações subsequentes, em características de crescimento dos bezerros do nascimento ao desmame. Foram utilizadas 52 matrizes contemporâneas, classificadas como CAR negativo e positivo, submetidas à protocolos de inseminação artificial em tempo fixo aos dois e três anos de idade, com sêmen de mesmo touro da raça Nelore, de CAR negativo. Durante o primeiro experimento as matrizes permaneceram em piquete de Brachiaria brizantha, cultivar Marandu e durante o segundo experimento as matrizes permaneceram em confinamento, com dieta composta por silagem de milho e farelo de soja. As matrizes foram pesadas nos três meses do segundo trimestre gestacional e as progênies foram pesadas ao nascimento e periodicamente cada 28 dias, para o cálculo do peso aos 120 e 210 dias, momento do desmame. Medidas de ultrassonografia de carcaça, nas regiões da garupa, como medida longitudinal para determinação da espessura de gordura subcutânea na garupa (EGG), e medida transversal entre a 12ª e a 13ª costelas para determinação da espessura de gordura subcutânea (EGS) e a área de olho de lombo (AOL), foram tomadas nas matrizes (final do segundo trimestre gestacional) e nos bezerros (momento do desmame), também foi realizada expressão gênica dos bezerros no nascimento e no desmame. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado e as análises de variância foram realizadas pelo procedimento MIXED do programa SAS. No primeiro experimento, a EGS das matrizes foi significativo (6,32 vs 4,97 mm, P = 0,058 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), para os bezerros as variáveis significativas foram peso ao nascimento (35,8 vs 32,6 kg, P = 0,035 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), peso aos 120 dias (163 vs 149 kg, P = 0,031 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), peso aos 210 dias (262 vs 239 kg, P = 0,033 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), ganho médio diário (1,08 vs 0,99 kg/dia, P = 0,058 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), EGS (2,57 vs 1,91 mm, P = 0,066 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), EGG (6,27 vs 5,04 mm, P = 0,012 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente) e produção de bezerros desmamados (272 vs 244 kg/vaca, P = 0,046 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), e a expressão dos genes no nascimento foi significativo PPARG (P = 0,006, bezerros de matrizes CAR positivo), LPL (P = 0,087, bezerros de matrizes CAR positivo) e FABP4 (P = 0,095, bezerros de matrizes CAR positivo), no desmame apenas o gene PPARG foi significativo (P = 0,064, bezerros de matrizes CAR negativo). No segundo experimento as variáveis significativas das matrizes foram peso no 3º mês do segundo trimestre gestacional (639 vs 502 kg, P = 0,089 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente) e ganho médio diário (0,84 vs 0,08 mm, P = 0,095 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), a variável significativa nos bezerros foi EGS (2,11 vs 2,83 mm, P = 0,003 CAR negativo e CAR positivo, respectivamente), e a expressão dos genes no nascimento foi significativo SCD1 (P = 0,076, bezerros de matrizes CAR positivo) e ACOX1 (P = 0,094, bezerros de matrizes CAR negativo), no desmame apenas o gene FASN foi significativo (P = 0,097, bezerros de matrizes CAR positivo). A situação nutricional (pré e pós-natal) exerce influência na deposição dos tecidos corporais no início da vida de bovinos da raça Nelore. As matrizes Nelore classificadas como CAR negativo são benéficas para os sistemas de produção brasileiros, pois consomem menos alimentos e produzem bezerros com desempenhos melhores ou semelhantes ao das matrizes classificadas como CAR positivo.
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CONTROLE SELETIVO DE Rhipicephalus (Boophilus) microplus EM BOVINOS LEITEIROS DE DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS
Marina Fogale de Andrade
resumo
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Os prejuízos causados por Rhipicephalus (Boophilus) microplus estão se tornando cada vez mais impactantes, uma vez que a resistência aos carrapaticidas convencionais está crescendo. Formas de diminuir e/ou prescindir do uso dos carrapaticidas têm sido estudadas. O controle parcial do rebanho, conhecido como controle seletivo, pode ser uma forma de diminuir a frequência das aplicações nos animais. Neste sentido, o presente estudo avaliou o uso do controle seletivo em um rebanho leiteiro constituído de diferentes grupos genéticos: Holandês, Jersey e mestiços Europeu x Zebu e Girolando (1/2 e ¾ Gir). As avaliações foram realizadas em torno de 25 dias, pela contagem em cada animal, num período de nove meses consecutivos (junho 2018 a fevereiro 2019). Carrapaticida comercial na forma pour-on foi aplicado somente quando o terço anterior do animal (lado direito) apresentava infestação igual ou superior a 8 carrapatos. Os dados das contagens de carrapatos foram transformados em log10 (n+1) e analisados por meio de modelos mistos. Foi verificada diferença significativa entre os grupos genéticos quanto às médias de número de carrapatos. A raça Holandês apresentou as maiores médias de carrapatos e, em média, 34,3% desses animais não receberam tratamento carrapaticida. Assim, é possível inferir que mesmo em rebanho altamente susceptível, como a raça Holandesa, é possível realizar o controle seletivo. O critério utilizado de 8 carrapatos na região anterior foi considerado um parâmetro aceitável para manter a população de carrapatos sob controle. Para os demais grupos genéticos, o controle seletivo apresentou diminuição média do uso de carrapaticidas em 79,1% para os mestiços, 81,5% para Jersey e 94,9% para Girolando. Os principais benefícios gerados pelo controle seletivo são a economia direta para o produtor pela diminuição no uso de carrapaticida e, em consequência, diminuição na quantidade de resíduos químicos no leite e derivados, com benefícios ao consumidor, além de retardar o aparecimento da resistência. Palavras-chave: bovino
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EFEITO DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E ESTIMULAÇÃO TÁTIL NO BEM-ESTAR DE BEZERRAS F1 GIR X HOLANDÊS
Catiúcia Oliveira Miranda
resumo
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O objetivo do estudo foi mensurar as variáveis comportamentais e fisiológicas relacionadas ao estresse e ao bem-estar de bezerras F1 Gir Leiteiro x Holandês, manejadas com (EA) ou sem ambiente enriquecido (SEA) com brinquedos (objetos lúdicos) que recebam estimulação tátil (escovação-afago (AF)). Para tal foi feita revisão de literatura que contempla o conhecimento sobre criação, crescimento e bem-estar de bezerras em diferentes manejos, assim como o estudo do EA ou AF feito por diferentes autores. Também foi conduzido experimento no Laboratório de Referência em Qualidade do Leite do Centro de Pesquisa em Bovinos Leiteiros de Ribeirão Preto - SP. No primeiro trabalho relacionado ao AF foi estudado, durante 31 dias, 18 bezerras que foram divididas aleatoriamente em 2 ambientes coletivos (EA e SEA), sendo que todos os animais receberam AF. As bezerras com EA permitiram um tempo de duração de AF (1,93±0,08 minutos) menor (p=0,0110) do que as bezerras mantidas em ambiente SEA (2,47±0,08 minutos). Os animais do EA permaneceram mais tempo deitados e realizando atividades lúdicas (P<0,0001) do que os animais SEA. Após o AF o nível sérico do lactato das fêmeas do tratamento EA foi menor (P<0,01) do que as fêmeas do tratamento SEA. As bezerras mantidas em ambiente EA apresentaram maiores níveis que ocitocina que os animais SEA. No segundo trabalho as características de peso, ganho de peso e consumo tiveram efeito dos diferentes ambientes (EA e SEA). Os animais SEA ganharam mais peso (102,14±1,66) que os animais EA (95,81±1,61) (p=0,025), porém o crescimento foi homogêneo entre os grupos. As bezerras mantidas em EA apresentaram menor distância de fuga (DF) do que os animais SEA. Os níveis de lactato foram maiores (p<0,0001) para aos animais SEA e não houve diferença para AF (p=0,82). A ocitocina dos animais EA (6,30±0,28) e SEA (4,34±0,29) foi diferente (p<0,0001), assim como para os animais AF (6,07±0,31) e SAF (4,57±0,27) (p=0,0004). O tempo de atividade lúdica foi maior para os animais com EA. As bezerras SEA passam mais tempo paradas e mais tempo comendo que os animais EA. Assim conclui-se que a estimulação tátil junto com o enriquecimento ambiental alterou o comportamento das bezerras e proporcionou melhoria ao bem-estar dos animais.
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Estimativa do Balanço de Nitrogênio em Sistemas Agropecuários Visando a Ciclagem do Nutriente, Eficiência de Uso e Valoração de Resíduos Orgânicos
Joyce Graziella Oliveira
resumo
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O alcance pela segurança alimentar aliada ao aumento da produtividade tanto vegetal como animal ocorre ao mesmo tempo em que se discute o impacto causado pelo aumento no uso de nutrientes nos sistemas de produção agropecuários. A utilização de fertilizantes nitrogenados, aumenta drasticamente a disponibilidade de nutrientes no solo e contribuí em grande parte na produção mundial de alimentos. Contudo, o uso não racional pode ocasionar impactos ambientais, enquanto que o uso integrado dos fertilizantes orgânicos e minerais pode auxiliar na sustentabilidade nos sistemas de produção. O objetivo deste estudo foi estimar o balanço, a ciclagem, a eficiência de uso do nitrogênio (EUN) e calcular a valoração dos resíduos orgânicos em diferentes sistemas agropecuários para produção de milho grão e bovinos de corte. Para tal foi feita revisão de literatura que contempla o conhecimento sobre uso racional, balanço e ciclagem de nitrogênio (N). Também foi conduzido o experimento de novembro de 2015 a dezembro de 2017, no Centro de Pesquisa de Bovinos de Corte e organizado em delineamento de blocos ao acaso com três repetições. Seis tipos de sistemas de produção foram comparados: produção de milho grão (Sistema Lavoura), produção de bovinos de corte em pastagem (Sistema Pecuário) e quatro SIPA’s (Sistema Integrado de Produção Agropecuária) para produção de milho grão e bovinos de corte em pastagem (SIPA-1: milho e capim Marandu semeados simultaneamente sem herbicida; SIPA-2 milho mais capim Marandu semeado simultaneamente com herbicida; SIPA-3: milho mais capim Marandu em semeadura defasada; SIPA-4: milho e capim Marandu semeados simultaneamente em linhas de milho e entrelinhas com herbicida). Nos sistemas de produção animal foram utilizados bovinos de corte da raça Caracu. Para a estimativa de balanço do nutriente (BN) foram consideradas todas as entradas e saídas do nutriente nos sistemas. Para a estimativa da ciclagem foram considerados os resíduos orgânicos a cada sistema. Diante dos resultados obtidos no BN foi calculada a eficiência da utilização do nutriente e a valoração dos resíduos orgânicos. Os dados experimentais foram submetidos à análise estatística pelo software Rstudio. O maior e menor teor do nutriente exportado foram observados nos Sistemas Lavoura e Pecuária, respectivamente. Os sistemas de Lavoura, Pecuária e o SIPA-3 possuem o BN negativo. A Lavoura foi menos eficiente no uso do fertilizante nitrogenado, e contribui menos para a valoração dos resíduos orgânicos. Os SIPA’s proporcionam maior estimativa de ciclagem de N em relação a Lavoura, mas semelhante a Pecuária. As técnicas de semeaduras consorciadas para implantação dos SIPA’s influenciam a estimativa do balanço de N. Os resultados obtidos podem ser um importante indicativo de que os SIPA’s proporcionam racionalização de uso de fertilizantes nos sistemas agropecuários. O uso do BN como estimativa de N nos sistemas agropecuários pode ser uma técnica eficiente para uso adequado dos fertilizantes. Estudos nessa área são de grande importância e necessitam de maiores conhecimentos em relação ao BN e ciclagem nos sistemas, devido sua complexidade e a falta de padronização de metodologias para cálculo de balanço e eficiência de utilização.
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Estrutura do Dossel e Massa de Forragem de Pastos de Capim-Marandu Consorciados com Leguminosa Macrotiloma
Stela Soares Zamboin
resumo
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O uso de pastagens mistas de gramíneas e leguminosas forrageiras pode contribuir com a sustentabilidade dos sistemas de produção animal em pastagens e garantir um sistema diversificado de métodos de manejo. A avaliação da aplicação de diferentes estratégias de manejo da estrutura da pastagem é crucial para a compreensão do ecossistema pastoril e dos processos envolvidos na produção animal em pastagens. Objetivou-se com o presente trabalho identificar estratégias de manejo do pastejo que contribuam com a persistência da leguminosa macrotiloma consorciada com o capim-marandu. Para isso, foram avaliadas a massa de forragem e a estrutura do dossel forrageiro pela distribuição vertical de seus componentes em pastos mistos de capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) com a leguminosa macrotiloma (Macrotyloma axillare) em pastejo rotacionado e submetidos a metas de altura do dossel pré-pastejo de 30 e 40 cm e pós-pastejo de 15 e 20 cm.
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MODELOS DE PREDIÇÃO DO ESTRO DE NOVILHAS GIR LEITEIRO
Valesca Vilela Andrade
resumo
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O trabalho teve como objetivos avaliar as mudanças na temperatura corporal interna, por meio de informações contínuas da temperatura retículo-ruminal (TRR), e na atividade dos animais, associadas ao estro em novilhas Gir Leiteiro e testar a habilidade de diferentes modelos em predizer a ocorrência do estro utilizando essas informações como preditores do evento. Os dados foram obtidos por meio de dispositivos bolus administrados em 45 novilhas e as informações foram registradas a cada 10 minutos. As novilhas foram sincronizadas por meio de implantes intravaginais de progestágeno. As médias de TRR foram comparadas em diferentes intervalos de tempo, sendo consideradas as horas antes e após a primeira observação de receptividade sexual, para detectar mudanças no padrão das TRR no pré-estro e no estro. Foram considerados intervalos de 2, 4, 6, 8 e 12 horas antes e após o primeiro momento de receptividade sexual, sendo comparados com as mesmas horas no dia anterior e no dia seguinte. Para a atividade, os intervalos de tempo foram baseados no momento da retirada dos implantes de progestágeno até 6, 12, 18 e 24 horas após e estes foram comparados com as médias nos mesmos intervalos de horas do dia anterior. A análise de variância para ambas as variáveis foi realizada por meio de modelos mistos. Os efeitos de período, de tempo, de interação período com tempo e grupo foram considerados no modelo. Também foram incluídos como covariáveis no modelo (efeitos lineares) o índice de temperatura e umidade (ITU) por hora e a hora do dia. As médias foram estimadas por quadrados mínimos e comparadas pelo teste Tukey-Kramer ao nível de probabilidade de 5%. Os modelos de predição de regressão logística, floresta aleatória e análise discriminante linear foram testados utilizando informações de TRR, atividade do animal, hora do dia e ITU como preditores e a presença ou ausência do estro como valor a ser predito. Na comparação de médias estimadas de TRR no pré-estro, em todos os períodos de comparação, as TRR que antecedem o estro se assemelham às TRR das mesmas horas do dia anterior (p>0,05), diferindose das TRR nas mesmas horas do dia seguinte nos períodos de 2, 4, 6 e 8 horas (p<0,05). Para as horas após o momento de receptividade sexual, no dia do estro, as médias estimadas foram maiores (p<0,05), para todos os tempos estudados, quando comparadas com as médias do dia anterior e do dia seguinte ao estro. As médias de atividade foram maiores (p<0,05) para todos os períodos após a retirada do implante quando comparadas aos mesmos períodos do dia anterior. O modelo de floresta aleatória apresentou melhor desempenho, em que a capacidade de predizer corretamente os casos de ocorrência de estro foi de 51,70 % e a proporção de predições corretas foi de 0,87. Há mudanças na TRR e na atividade durante os períodos avaliados e estas são variáveis importantes para inclusão nos modelos de predição. O modelo de Floresta Aleatória apresentou melhor desempenho para a predição do estro aplicando essas variáveis como preditores do evento.
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PARÂMETROS GENÉTICOS PARA CARACTERÍSTICAS INDICADORAS DE RESISTÊNCIA A ENDOPARASITOSES GASTROINTESTINAIS EM OVINOS SANTA INÊS
Ricardo Dutra do Bem
resumo
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Infestações por endoparasitas gastrointestinais constituem o maior problema sanitário na ovinocultura mundial. O trabalho foi conduzido com objetivo de estimar parâmetros genéticos, componentes de variância e correlações genéticas para as características indicadoras de resistência: volume globular (VG), proteínas plasmáticas totais (PPT), escore de coloração da conjuntiva ocular pelo método Famacha© (FAM), e a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e para características de crescimento: peso vivo (PV), perímetro torácico (PT) e escore de condição corporal (ECC) em ovinos da raça Santa Inês. Assim como avaliar o escore de coloração da conjuntiva ocular pelo método Famacha© como característica indicadora de resistência a endoparasitas gastrointestinais em ovinos da raça Santa Inês. O banco de dados analisado continha 3.524 observações, provenientes de 1176 animais da raça Santa Inês, nascidos entre 1995 e 2019, oriundos de quatro propriedades localizadas no estado de São Paulo. O arquivo de pedigree continha informação de 2.011 animais. Os efeitos fixos foram testados utilizando o pacote “car” no software R para cada variável, e incluídos no modelo para posterior estimação dos paramêtros genéticos. Os componentes de variância e covariância e os parâmetros genéticos foram estimados pelo modelo animal, em análises bayesianas uni e bicaracterística, por meio do programa THRGIBBS1F90. O gênero do parasita de maior prevalência foi o Haemonchus (62,5%), seguido por Trichostrongylus (24,44%), Cooperia (6,8%) e Oesophagostomum (6,27%). A sensibilidade e especificidade do método Famacha©, foram de 66,7% e 75,8%, respectivamente. As estimativas de herdabilidade para PV, PT, ECC, VG, PPT, FAM e OPG foram de 0,51±0,02 e 0,73±0,02; 0,61±0,03 e 0,64±0,02; 0,40±0,04 e 0,35±0,05; 0,38±0,03 e 0,38±0,03; 0,29±0,03 e 0,29±0,03; 0,19±0,05 e 0,20±0,05; 0,15±0,03 e 0,13±0,04 em análises uni e bicacterística respectivamente. As correlações genéticas entre as características de crescimento foram positivas de alta magnitude variando de 0,73±0,05 entre PV e ECC a 0,96±0,01 entre PV e PT. As características de crescimento apresentaram correlações genéticas positivas de média magnitude com as características hematológicas (VG e PPT), variando de 0,29±0,07 entre PV e VG a 0,53±0,08 entre ECC e VG. As correlações genéticas obtidas entre ECC e PV, ECC e PT, ECC e VG; ECC e PPT; ECC e FAM e ECC e OPG foram de 0,78±0,04; 0,73±0,08; 0,53±0,08; 0,44±0,10; -0,41±0,13 e -0,26±0,18, respectivamente. As correlações genéticas encontradas entre as características de crescimento e o escore atribuído no método Famacha© foram negativas variando de -0,07 ± 0,13 entre PT e FAM a -0,41 ± 0,13 entre ECC e FAM. A correlação genética entre VG e FAM foi negativa de magnitude moderada (-0,54 ±0,11). A correlação genética entre OPG e PV foi de -0,16±0,12. Com base nos parâmetros genéticos obtidos é possível obter ganhos genéticos para as características avaliadas pela resposta a seleção direta. Não foram encontradas correlações genéticas desfavoráveis entre características de crescimento (PV, PT e ECC) e características indicadoras de resistência (VG, PPT, FAM e OPG).A estimativa da herdabilidade para a avaliação da coloração da conjuntiva ocular pelo método Famacha© foi mediana, e considerando as correlações genéticas favoráveis, que somados ao baixo custo e facilidade de obtenção a promovem como alternativa de critério de seleção secundário associado ao peso vivo, para aumento da resistência a endoparasitas gastrointestinais.
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Produção, Características Morfogênicas e Estruturais de Leguminosas Forrageiras Submetidas à Adubação Nitrogenada
Jaqueline Silva Colanigo
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O uso de leguminosas nos sistemas de produção agropecuários é uma alternativa para atender
as demandas atuais por sustentabilidade, qualidade e segurança alimentar e ambiental. As
leguminosas forrageiras além de fornecer nitrogênio ao sistema por meio da fixação biológica,
são plantas nutritivas com alto teor de proteína bruta e possuem taninos em sua composição, o
que pode reduzir a emissão de metano por ruminantes. Contudo, o estabelecimento lento em
relação às gramíneas e a baixa persistência são as principais limitações para seu uso. Neste
contexto a hipótese desse trabalho é que o fornecimento de nitrogênio (N) no plantio pode
influenciar o crescimento das plantas e a morfologia de raízes. O conhecimento das respostas
morfofisiológicas de leguminosas decorrentes do fornecimento de nutrientes pode
proporcionar subsídios e auxiliar no uso e manejo dessas plantas. Dois experimentos foram
conduzidos em casa de vegetação no Instituto de Zootecnia (IZ) em Nova Odessa, SP, Brasil,
avaliando as espécies Macrotyloma axillare, Neonotonia wightii e Arachis pintoi submetidas
à ausência de adubação nitrogenada e com às doses de 40 e 80 kg ha-1
de nitrogênio aplicado
no plantio, avaliando as espécies até a maturação das sementes e nos estádios fenológicos
vegetativo, florescimento e reprodutivo.
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