O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de leite acumulada até os 305 dias de lactação PL305 e o comportamento das curvas de lactação de vacas de diferentes grupos genéticos, oriundas do cruzamento entre as raças Holandesa e Gir leiteiro, filhas de touros provados e não provados. Foram utilizados dados das produções de leite de 1.032 animais com composição genética ½, ¾ e ⅞ Holandês x Gir. As análises para determinar os efeitos dos grupos genéticos sobre a forma da curva de lactação foram realizadas em duas etapas; 1) pré-ajustando as produções no dia do controle para os efeitos fixos num modelo linear e 2) usando as produções ajustadas num modelo não-linear sobre os dias em lactação, para comparar as curvas de lactação de animais de diferentes grupos genéticos, filhas de touros provados e não provados. Os efeitos incluídos no modelo linear para o pré-ajuste das produções no controle foram o grupo de contemporâneas e a classe de idade da vaca ao parto. Os dados foram analisados pelo método de quadrados mínimos. Para a PL305 foi o mesmo modelo, incluindo-se os efeitos de grupo genético do animal e categoria do touro (provado e não provado). A PL305 foi influenciada por todos os efeitos (P<0,01). As fêmeas F1, filhas de touro Gir, tiveram as menores médias da PL305 e os animais do grupo genético ⅞ HG obtiveram as maiores médias de PL305, em relação aos demais grupos (P<0,001). O comportamento das curvas médias para todos os grupos genéticos mostrou produção inicial seguida de fase ascendente até o pico de lactação e fase descendente posterior ao pico. Apenas as fêmeas do grupo genético ½ HG, filhas de pais Gir, demonstraram padrão de curva atípico. Os diferentes grupos genéticos apresentam curvas específicas com comportamentos e produções distintas, sendo que as filhas com maior fração de genes da raça Holandesa apresentaram maiores níveis de produção. A utilização de touros provados nos cruzamentos em bovinos leiteiros deve melhorar ou elevar o mérito genético e, consequentemente, a produtividade do rebanho leiteiro avaliado.

The objective of this study was to evaluate the 305-day cumulative milk yield (MY305) and the lactation curve trajectory of cows from different genetic groups originating from the crossing of Holstein and Dairy Gyr breeds, daughters of proven and unproven sires. Milk yield records of 1,032 animals with a genetic composition of ½, ¾ and ⅞ Holstein x Gyr were used. The analyses to determine the effects of the genetic groups on the shape of the lactation curve were carried out in two steps: 1) pre-adjusting test-day milk yields for fixed effects in a linear model, and 2) using the adjusted yields in a nonlinear model on days in milk to compare the lactation curves of animals from different genetic groups, born to proven and unproven sires. The effects included in the linear model for pre-adjustment of test-day yields were the contemporary group and age class of cow at calving. The data were analyzed by the least squares method. The same model was used for MY305, which included the effects of genetic group of the animal and sire category (proven or unproven). MY305 was influenced by all effects (P<0.01). F1 daughters born to Gyr sires had lower mean MY305 and animals of the ⅞ HG genetic group exhibited higher mean MY305 compared to the other groups (P<0.001). The trajectory of the average lactation curves for all genetic groups was characterized by initial production, followed by an ascending phase until peak lactation and a descending phase thereafter. Only females of the ½ HG genetic group, daughters of Gyr sires, exhibited an atypical curve pattern. The different genetic groups had specific curves characterized by different trajectories and yields, with the observation of higher production levels in cows carrying a higher proportion of Holstein genes. The use of proven sires in dairy cattle crossings should increase genetic merit and consequently the productivity of the dairy herd evaluated.