Nematoides, verminose, resistência anti-helmíntica, manejo, nutrição e plantas medicinais foram palavras-chaves para abordar desafios contemporâneos na produção animal, discutidos no 40º CONBRAVET – Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária. O evento foi promovido pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, em novembro de 2013 em Salvador (BA).
A pesquisadora do IZ, Cecília José Veríssimo, além de participar de uma mesa redonda, expôs o trabalho sobre “Autolimpeza e dosagem de histamina em bovinos infestados com carrapato”. O assunto faz parte dos resultados parciais do projeto de pesquisa sobre “Estudo comparativo da infestação pelo carrapato Rhipicephalus microplus entre bovinos taurinos e zebuínos”. O evento recebeu 742 trabalhos que foram apresentados na forma de poster e alguns escolhidos na forma oral.
O Congresso também elaborou uma mesa redonda com os temas Resistência anti-helmíntica: desafios contemporâneos na produção animal, moderada por Sandra Maiumi Nichi (BA); Nematoides e resistência anti-helmíntica: velhas questões e novos desafios, Sabrina Mota Lambert (UFBA); Potencial de plantas para controle de helmintos em pequenos ruminantes: Livio Martins Costa Júnior (UFMA); e A interconexão nutrição, manejo e verminose, Cecília José Veríssimo (IZ/Apta/SAA).
A verminose ainda é, segundo Cecília Veríssimo, uma das principais doenças que afeta ovinos e caprinos nas criações nacionais. “Entretanto, pesquisas realizadas no IZ indicam como driblar este problema com manejo e alimentação correta. Durante minha participação na mesa redonda, pude divulgar resultados de pesquisas sobre controle da verminose em ovinos e sua relação com manejo e alimentação corretos, para um público formado por estudantes e profissionais de medicina veterinária e áreas afins, além de produtores”, falou Cecília.
Com o trabalho científico, “Autolimpeza e dosagem de histamina em bovinos infestados com carrapato”, a pesquisadora do IZ expôs que o carrapato é um dos principais parasitas de bovinos.
Foi estudada a dosagem de histamina no soro de bovinos com autolimpeza limitada e não limitada. O resultado revelou que animais impedidos de se coçar tinham maior dosagem de histamina no soro. A autolimpeza é um dos principais fatores de resistência dos bovinos ao carrapato e um dos processos que desencadeia a autolimpeza é a liberação de histamina na pele do hospedeiro. “A histamina na pele causa coceira, e o animal, com a língua, retira a larva do local onde está fixada ou tentando se fixar”, explica Cecília.
A larva do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, quando se fixa no animal, injeta antígenos (Ag) na pele que gera uma resposta imune do hospedeiro, produzindo anticorpos específicos (IgE). A ligação Ag-IgE junto à parede dos mastócitos faz com que se rompam, liberando histamina.
Os autores, do trabalho apresentado, são as pesquisadoras do IZ, Cecília José Veríssimo; Keila Maria Roncato Duarte; Luciana Morita Katiki; e Luciandra Macedo de Toledo; pela Mestranda da Pós-graduação IZ em Produção Animal Sustentável Fernanda Ferreira Pessoa; e por Isabel Kinney Ferreira de Miranda Santos e Sandra Regina Maruyama, ambas do Depto. Bioquímica e Imunologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP.