14/11/2012
Inaugurações marcam a revitalização do Instituto de Zootecnia
O Instituto de Zootecnia (IZ/APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), inaugurará, dia 23 de novembro, três novas instalações no Centro de Pesquisa em Pecuária de Corte – Prédio Administrativo, Casa de Hóspedes e Laboratório de Nutrição Animal. O evento será presidido pela secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado, Mônika Bergamaschi, e contará com a presença de Orlando Melo de Castro, coordenador da Apta, além dos diretores do Instituto e convidados. A solenidade ocorrerá em Sertãozinho (SP), a partir das 14 horas.
As reformas e melhorias ocorridas na Unidade de Pesquisa do IZ, que serão inauguradas, estão inseridas no programa de Revitalização dos Institutos da APTA vinculados a Secretaria de Agricultura. Dentro da programação, também, haverá a palestra - “Eficiência da produção de bovinos de corte e o impacto ambiental da atividade pecuária”, ministrada pelo Prof.Dr. Mario Luiz Chizzottti, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
O Centro de Pesquisa em Pecuária de Corte do IZ dedica-se à pecuária, visando a produtividade, a eficiência e o bem-estar animal. São mais de 80 anos de pesquisa com relevantes trabalhos de melhoramento genético com animais da raça Nelore.
De acordo com a diretora do Centro, pesquisadora Renata Branco Arnandes, também se tem buscado responder as demandas da cadeia de produção da carne bovina, “trabalhando avidamente em pesquisas nas áreas de nutrição, eficiência, reprodução, pastagens, qualidade de carne, genômica e sustentabilidade do setor”.
A Fazenda do IZ em Sertãozinho realiza diversos experimentos científicos e repassa a sociedade resultados e tecnologias de projetos sobre melhoramento genético, há 36 anos, com a raça Nelore e Guzerá; prova de ganho de peso, desde 1951, com a seleção praticada nas três raças zebuínas: Gir, Guzerá, Nelore e na raça aquitânica Caracu; vem se destacando, atualmente, com pesquisas sobre avaliação do Consumo Alimentar Residual (CAR) em confinamento e pastagens; estudos sobre a emissão de gases de efeito estufa; na utilização de ferramentas genômicas no melhoramento genético; projetos com criopreservação de sêmen; e desenvolvimento de geotecnologias para identificação e monitoramento de degradação em pastagens.
A revitalização do IZ contou com o investimento de R$785 mil – R$475 mil para reforma de escritório e hospedaria, R$110 mil para reforma de laboratórios e R$200 mil para melhorias em imóveis. Além de R$1.140 mil para a revitalização de 7 km de estradas da fazenda de Sertãozinho, realizada pela CODASP/SAA.
Escritório e Hospedaria – Embora tenha passado por pequenas melhorias, ao longo dos anos, a reforma do prédio – construído na década de 1960 –, que abriga o setor administrativo do Centro de Pesquisa, foi necessária devido as condições precárias para funcionamento, principalmente a rede hidráulica e as instalações elétricas que estavam subdimensionadas para acondicionar equipamentos de informática e de telefonia. “Além disso, houve a necessidade de remodelação do prédio para abrigar os alunos do Curso de Pós-Graduação em Produção Animal Sustentável do Instituto de Zootecnia”, explica a diretora.
Segundo ela, o restauro da hospedaria, antiga casa do proprietário da Fazenda – que data do início do século 20 –, foi de suma importância para a manutenção do patrimônio histórico do Estado de São Paulo. “Além desse fato, a hospedaria servirá para hospedar de forma apropriada pesquisadores visitantes, alunos e técnicos da Secretária de Agricultura e Abastecimento que estão em serviço na região”.
Melhorias em Imóveis – A exemplo de outros prédios que ainda necessitam de revitalização, a reforma do prédio da antiga serraria proporcionou maior eficiência e segurança nos trabalhos realizados. O prédio serve também como oficina para treinamento de funcionários nas mais diversas funções. A diretora do Centro ressalta que são imóveis construídos há muitas décadas, “por isso que necessitavam de reformas estruturais para que pudessem ser utilizadas de forma segura e eficaz”.
Reforma de Laboratórios – A implantação do Laboratório de Nutrição Animal é um marco para o avanço das pesquisas em produção de bovinos de corte no Centro de Pesquisa. O laboratório, instalado no prédio do antigo “açougue”, estava desativado há pelo menos duas décadas.
“No local serão realizadas todas as fases de análises bromatológicas, análises essas fundamentais para os projetos de eficiência alimentar em desenvolvimento no Centro. Antes da implantação do laboratório esses procedimentos eram feitos de forma improvisada ou em laboratórios de parceiros”, explica Renata.
Estradas - O Centro de Pesquisa possui mais de 2300 hectares permeados por 35 km de estradas internas e de acessos. A maioria dessa área esta ocupada por pastagens que abrigam cerca de 2000 cabeças de bovinos. “Todos os animais permanecem, na maior parte do ano, em piquetes dispostos estrategicamente por toda a extensão da fazenda e são manejados em função dos projetos de pesquisas em desenvolvimento”, explica Renata, diretora do Centro.
O acesso adequado, para todos os tipos de veículos e condução dos rebanhos, as áreas da fazenda, segundo Renata, é fundamental para o andamento das pesquisas. Ainda há 250 hectares de áreas de pastagens, anualmente, utilizadas para produção de 3.500 toneladas de alimentos para os animais do Centro e eventualmente para animais de outras unidades, assim, as estradas internas são também utilizadas para trânsito de maquinários específicos – tratores, colhetadeira –, durante todo o processo de preparo, plantio e colheita. “A reforma das estradas permitirá maior eficiência nos processos de produção do Centro de Pesquisa”.
Palestra – Fundamentado no artigo científico de Mário Luiz Chizzotti, Márcio Machado Ladeira e Otávio Rodrigues Machado Neto, do Departamento de Zootecnia, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), estima-se que a população mundial chegue a 9,5 bilhões de pessoas no ano de 2050 (U.S. Census Bureau, 2008). A FAO afirma que a produção mundial de alimentos deverá aumentar em aproximadamente 70% para atender a estes efeitos do crescimento da população mundial. “A crescente competição por energia, terras e água entre atividades agrícolas e industriais e a dificuldade de incorporação de novas áreas pela agropecuária, desafia a pecuária de corte a produzir de forma mais eficiente”.
De acordo com o palestrante, Mario Luiz Chizzottti, a pecuária bovina brasileira tem sido alvo de inúmeras críticas relacionadas ao aquecimento global. Atualmente o país possui o maior rebanho comercial bovino, com 171,6 milhões de cabeças (IBGE, 2009) e detém, aproximadamente, 20% do mercado da carne (USDA, 2009). As críticas têm sido fundamentadas no desflorestamento para expansão de pastagens e nos baixos índices zootécnicos verificados em sistemas de exploração bovina baseados em pastagens degradadas ou que se encontram abaixo do seu potencial de produção. A ineficiência desse modelo de exploração pecuária tem gerado como consequência, maiores quantidades de GEE por quilo de carne e de leite produzidos (IPCC, 2006).
“Felizmente, ações que promovem o aumento na eficiência produtiva, ocasionam mitigação de GEE e sendo assim, na prática, a redução na emissão de GEE se torna viável se acompanhada de melhorias na eficiência econômica da produção. Assim, há necessidade de aumento da produção de carne por unidade de área”, destacam os pesquisadores. A produção de alimentos ambientalmente sustentáveis poderá ser alcançada através da utilização de sistemas e práticas que permitam o uso mais eficiente dos recursos disponíveis e consequentemente reduzam o impacto ambiental por unidade de alimento produzido.
A nutrição, segundo concluem os pesquisadores, tem grande potencial de redução de poluentes sem comprometer a lucratividade. A formulação de dietas tem importante papel na redução de GEE, pois o exato atendimento das exigências nutricionais otimiza o uso de recursos e diminui os impactos ambientais. A redução no ciclo de produção com baixa utilização de insumos e o aumento da eficiência animal em converter alimentos garantirá não só a sustentabilidade ambiental, mas também aumentará a economicidade da atividade garantindo o suprimento de proteína animal frente à crescente demanda global.
LISLEY SILVÉRIO - Jornalista resp.
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