05/07/2024
Dia Nacional da Ciência: maior agência estadual de pesquisa agropecuária do Brasil, Apta mostra que o conhecimento se constrói a muitas mãos
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Comemorada em 08 de julho, data busca valorizar profissionais e
entidades de pesquisa
Já faz algum tempo que a ciência
deixou de ser uma atividade solitária, focada no trabalho incansável de um
único indivíduo dotado de inteligência excepcional. Apesar de essa imagem ainda
perdurar no imaginário de algumas pessoas, a verdade é que hoje a atividade
científica depende do trabalho conjunto de muitos profissionais que, munidos de
capacitação técnica e experiência prática, tornam possível a realização de
pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias. Com as célebres figuras
geniais do passado, compartilham, contudo, o mesmo senso de curiosidade e a
motivação de expandir o conhecimento humano e tornar melhor a vida das pessoas.
Na Agência Paulista de Tecnologia
dos Agronegócios (Apta), o trabalho conjunto de diferentes profissionais
possibilita que suas sete instituições de pesquisa, algumas centenárias, sigam
sendo referência no Brasil e no mundo, impulsionando os mais variados setores
do agro rumo a maior produtividade, qualidade e sustentabilidade. Para seguir
com os mais de mil projetos de pesquisa que mantém atualmente, a Agência,
vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, conta
com pesquisadores científicos, assistentes técnicos e profissionais de apoio à
pesquisa envolvidos, de diferentes maneiras, no fortalecimento da ciência paulista
e nacional. Nesse cenário também é indispensável a participação dos
pós-graduandos vinculados aos cinco programas de pós-graduação mantidos pelos
Institutos e dos estagiários - da iniciação científica ao pós-doutorado -, que
fazem girar as engrenagens da pesquisa científica, sempre com novas ideias e
muita dedicação.
Conhecimento de ponta para os desafios da sociedade
Além de Dia Nacional da Ciência,
o 8 de julho também homenageia o Pesquisador Científico brasileiro. Possuindo
aptidão técnica e capacidade analítica apuradas, eles são os responsáveis por
gerir os projetos de pesquisa, orientar a execução dos trabalhos e debater os
rumos da atividade científica de cada unidade e laboratório. O conhecimento
aprofundado na área de especialização, aliado à experiência prática, fazem do
Pesquisador (PqC) o alicerce intelectual dos Institutos da Apta.
“O pesquisador científico pode
atuar na fronteira do conhecimento, descobrindo novos fenômenos, ou pode atuar
na transformação do conhecimento em novas tecnologias”, destaca Ricardo
Harakava, do Instituto Biológico (IB-Apta). Em sua visão, o profissional
precisa estar atento às mudanças que ocorrem ao seu redor, para conseguir
contribuir na superação dos desafios que se apresentem. “As demandas da
sociedade vão se modificando ao longo do tempo e a pesquisa científica deve
estar sempre se atualizando para atendê-las. No setor agro não é diferente: em
um cenário de mudanças climáticas, demanda crescente por alimentos saudáveis e
maior consciência ambiental, a pesquisa tem um grande desafio pela frente”,
garante.
Para o PqC do Instituto de Pesca
(IP-Apta) Fábio Sussel, o papel do pesquisador tem passado por mudanças nos
últimos tempos. “Na ciência moderna, o pesquisador científico não pode e não
deve realizar pesquisas baseando-se apenas em suas próprias ideias, mas sim
interagir com as demandas do setor em que está inserido”, comenta. De acordo
com Sussel, as pesquisas precisam ser aplicáveis, focadas no benefício da
sociedade, o que impõe ao pesquisador a necessidade de sair de seu laboratório
e entender as necessidades da sociedade e o ritmo das transformações
tecnológicas. “No caso do agro, não se falava em tecnologia de ponta há 30
anos. Hoje, o Agro 4.0 é uma realidade e tudo o que há de moderno nas
indústrias urbanas também está presente no agro”, enfatiza.
Uma construção
coletiva
Além dos pesquisadores, muitos
outros servidores têm papel determinante para o sucesso das instituições de
pesquisa. Na Apta, alguns personagens dedicam uma vida toda a fazer delas o que
são hoje: referência para o agro. É o caso de João Alberto Zuca, técnico de
apoio à pesquisa científica e tecnológica que atua há 40 anos no setor de
ovinocultura do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), realizando atividades
essenciais, que tornam possível o desenvolvimento dos projetos. “Cuidamos dos
animais e do ambiente onde eles ficam, fornecendo alimento, água e cuidando
daqueles que eventualmente ficam doentes. Também auxiliamos os pesquisadores
nas coletas de dados, como pesagem, medidas corporais, coleta de fezes ou
sangue”, explica o servidor. O zelo de Zuca pelo trabalho se reflete na
excelência conquistada pelo Instituto e nas contribuições que traz ao setor,
como a melhoria da qualidade da carne que chega ao consumidor.
Atuando há 15 anos na Apta
Regional, a oficial de apoio à pesquisa científica e tecnológica Silmara
Bassetto demonstra clareza sobre a dimensão de seu trabalho. “Nós, servidores
de apoio, somos fundamentais para a pesquisa da Apta Regional, pois colaboramos
diretamente com a formação de conhecimento verdadeiro”, coloca. Atualmente
focada em treinamento e capacitação, ela diz que essa consciência, assim como o
amor pelo trabalho e pela instituição, é passada dos servidores mais
experientes para os mais novos, mantendo viva a disposição em colaborar com
projetos que levem à melhoria da vida da população. “Nossa instituição tem um
papel fundamental para o engrandecimento de quem vive do meio rural, pois
entrega conhecimento, confiança, proporciona agregação de valor e, além de
tudo, leva amor ao pequeno, médio e grande produtor”, resume Silmara.
Física de formação, a assistente
técnica de pesquisa científica e tecnológica Tereza Satiko encontrou no
Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) um campo diferente para atuação
científica. Há quase seis anos na instituição, que tem foco em socioeconomia
agrícola, Tereza contribui com as ações de transferência do conhecimento e
divulgação de ciência, além de atuar junto às equipes técnicas de projetos de
grande destaque, como o Rotas Rurais - que já trouxe endereçamento a milhares
de propriedades rurais paulistas -, o Semear e o Preço Referência de Importação
da Borracha Natural. “Times multidisciplinares são importantes para a ciência,
uma vez que os problemas que ela se propõe a resolver são cada vez mais
complexos e multifacetados”, defende a servidora. No que diz respeito à
agricultura, Tereza lembra que a pesquisa científica vai além de solucionar os
desafios da produção, o que requer profissionais de diferentes formações.
“Podemos estudar os aspectos econômicos tanto em sua dimensão mais matemática,
ou seja, como fazer os levantamentos de produção, tratar e analisar os dados,
quanto também interpretá-los em sua dimensão social. O IEA tem a característica
de ter um corpo técnico multidisciplinar e por isso me sinto em casa
trabalhando aqui”, assegura.
Pós-graduação é berço de
ideias que impulsionam a ciência
Em grande parte das instituições
de ciência a nível mundial, boa parcela da pesquisa realizada conta com o
trabalho dos estudantes de pós-graduação. A relação é sempre uma via de mão
dupla, pois o aprendizado e capacitação que recebem é retribuído pelo empenho
em fazer projetos de pesquisa prosperarem e gerarem os dados que embasam a
construção do conhecimento. “Para mim foi extremamente importante e
gratificante fazer a pós-graduação em uma das instituições de pesquisa mais
antigas e importantes do nosso país”, diz Letícia Martins, que finalizou este
ano seu doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical e
Subtropical do Instituto Agronômico (IAC-Apta). A tese defendida por ela versou sobre a
influência das mudanças climáticas no regime hídrico das bacias dos rios
Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), contribuição relevante para um tema que
influencia a segurança hídrica de diversas cidades. “Tenho muito orgulho em ter
contribuído e em fazer parte da história do IAC”, ressalta Letícia.
Já para Andriéli Coelho,
mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos do
Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-Apta), a pós-graduação propicia a
vivência necessária para melhor compreender o fazer científico. “Acredito que
na pós-graduação temos a oportunidade de aprofundar em diversos assuntos,
produzir e trocar conhecimento com nossos pares, tanto em âmbito nacional
quanto mundial, formando uma ampla rede de produção científica”, detalha. Seu
trabalho, alinhado às tendências de Segurança do Alimento e aos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), é voltado à obtenção de ingredientes
alimentícios a partir de novas fontes vegetais. “Espero ainda contribuir para a
pesquisa nacional, que é tão importante para o nosso desenvolvimento econômico
e social”, finaliza a pós-graduanda.
Sobre a Apta
A Agência Paulista de Tecnologia
dos Agronegócios (Apta) é o órgão responsável por coordenar as atividades de
pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Em sua estrutura estão presentes sete Instituições de Ciência e Tecnologia
(ICTs), com unidades distribuídas por todas as regiões do estado: Instituto
Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola
(IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital),
Instituto de Zootecnia (IZ) e Apta Regional.
Por Gustavo Steffen
Assessoria de imprensa Apta
gsalmeida@sp.gov.br
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