26/04/2024
Teste de Eficiência Alimentar de Ovinos e Bovinos

“Como diminuir os custos de
produção?” Essa é uma dúvida frequente entre os pecuaristas. Considerando que cerca
de 70% dos gastos na indústria de produção animal são referentes à alimentação,
pesquisadores do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo, estudam a eficiência alimentar de
bovinos e ovinos para disponibilizar ao produtor técnicas
para melhorar a rentabilidade do seu negócio.
O Teste de Eficiência
Alimentar de bovinos e ovinos visa a seleção de animais mais eficientes, que necessitam
de menor quantidade de alimento para alcançar o mesmo desempenho. O Consumo
Alimentar Residual (CAR) é uma das medidas de eficiência que pode ser usada
para identificar animais com menor exigência energética de mantença, deixando
disponível mais energia para transformar em produtos como carne e leite.
Para realização dos testes,
no Instituto de Zootecnia, são utilizados comedouros e bebedouros automáticos
para medição de consumo. Estes comedouros ficam apoiados sobre células de carga
e, a partir de sensores e coletores inteligentes, fazem o registro eletrônico
do alimento consumido por cada animal. Já os bebedouros funcionam da mesma
maneira, associados a uma balança de pesagem corporal voluntária do animal, o
qual é pesado toda vez que entra para ingerir água.
No CAPD Bovinos de corte do
IZ em Sertãozinho estes testes são realizados desde 2005. A pesquisadora Maria
Eugênia Zerlotti Mercadante conta que
inicialmente o consumo alimentar individual era feito em baias individuais,
sendo adquiridos os primeiros cochos eletrônicos GrowSafe em 2012, o que
possibilitou a avaliação de maior número de animais simultaneamente. “Desde
2015 começamos trabalhar com os cochos eletrônicos da Intergado, possibilitando
ampliar a realização dos testes para associações e criadores e obtendo um
grande banco de dados. Bovinos mais eficientes comem cerca de 24% menos
alimentos, produzem 20% menos fezes e emitem 9% menos gás metano no ambiente”,
relata.
Mais recentemente os testes
também são utilizados para Ovinos e Bovinos Leiteiros jovens. De acordo com
Ricardo Costa, pesquisador responsável pelo setor de Ovinos do IZ, na
ovinocultura é possível selecionar animais que consomem cerca de 30% menos
alimento para alcançar o mesmo ganho de peso. “O IZ é a única instituição do
Brasil a ter cochos eletrônicos para medição do consumo alimentar de ovinos. Com
a avaliação dos dados gerados, conseguimos selecionar reprodutores e matrizes
mais eficientes, melhorando a produtividade do rebanho”, ressalta o
pesquisador.
Além de otimizar a
rentabilidade da produção, a seleção de animais mais eficientes colabora para
diminuição dos impactos ambientais, já que será necessária menor quantidade de
alimento e água para produzir a mesma quantidade de produtos como leite, carne
e outros, com consequente diminuição da emissão de gases do efeito estufa e da
produção de dejetos dos animais, aumentando a sustentabilidade dos sistemas e a
competitividade da atividade.
O Núcleo Regional do IZ em
Ribeirão Preto possui uma nova instalação para experimentação com bezerros
leiteiros jovens com alimentadores e bebedouros automáticos. “Este sistema
também é o único no Brasil com equipamentos específicos para o monitoramento
individual do consumo e do comportamento ingestivo de alimentos sólidos e de
água nesta fase de aleitamento e desaleitamento de bezerros, onde os animais
são criados juntos” relata a pesquisadora Márcia Saladini.
Márcia explica que a fase de
cria de animais ruminantes é muito importante dentro do sistema produtivo e tem
impacto direto na produtividade futura quer seja de carne ou leite. “É nesta
fase que há o desenvolvimento ruminal dos animais e o manejo alimentar
realizado tem impacto direto no tamanho das papilas, que são estruturas que
permitem a absorção de nutrientes. Papilas maiores e bem desenvolvidas permitem
maior área de absorção de alimentos melhorando a eficiência alimentar”.
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