26/04/2024
Laboratório Móvel de Genética

O
Laboratório Móvel do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é utilizado para fazer
transferência de tecnologia, levando conhecimento, técnicas e serviços dos
vários laboratórios do IZ para feiras, exposições, dia de campo e outros
eventos. Para apresentação ao público da Agrishow 2024, será levado o
Laboratório de Genética e Biotecnologia.
Este
laboratório é reconhecido principalmente pelas análises que possibilitam a
certificação do leite A2. Usando técnicas de Biologia Molecular, é possível detectar
a presença e a quantidade de leite A1 em leite e produtos lácteos A2. Também
são realizados testes para identificação de vacas que produzem leite tipo A2,
auxiliando na formação de rebanho para produção deste tipo de leite.
O
pesquisador Aníbal Eugênio Vercesi Filho, diretor do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento de Genética do IZ, explica que durante a digestão do leite A1,
é formado um peptídeo, a beta-casomorfina 7 (BCM-7). “Em alguns indivíduos, a
BCM-7 é considerada como fator de risco, pois pode afetar o processo digestivo
e desencadear a inflamação gástrica e intestinal, causando sintomas como
inchaço, gases, dor abdominal e diarreia. Este peptídeo não é formado com a
digestão do leite A2”, elucida. Segundo conta, testes para a detecção da proteína
A1 em produtos comerciais A2 são essenciais para que o consumidor possa ter
garantia que está consumindo apenas produtos de origem A2.
Outras
análises relevantes do laboratório são voltadas à detecção e quantificação de
leite bovino em produtos lácteos de bubalinos, caprinos e ovinos. Vercesi
relata que o IZ é referência nos exames para certificação da pureza de lácteos
bubalinos e, em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos
(ABCB), é responsável pelo Selo de Pureza – 100% Búfalo ABCB. “O Selo
possibilita maior segurança alimentar, agregação de valor e rastreabilidade do
produto, favorecendo todos os elos da cadeia de produção”, afirma.
Uma
nova parceria de trabalho entre o Laboratório e a ABCB, ainda em andamento,
visa o desenvolvimento de metodologia molecular para genotipagem dos alelos da
kappa caseína, proteína do leite que está relacionada ao melhor rendimento do
leite para fabricação de queijo. “Usando animais selecionados o produtor poderá
produzir mais queijo com o mesmo número de animais, aumentando a rentabilidade
e sustentabilidade da produção”, conclui o pesquisador.
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