05/05/2016
Instituto de Zootecnia - Vitrine Tecnológica Sustentável permite pesquisa em pecuária de corte e recuperação de áreas degradadas
Um projeto de longa duração para
realização de pesquisas e difusão tecnológica na área da Agrishow foi apresentado durante a 23ª edição da Feira, pela Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios (Apta), e pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa). A Vitrine Tecnológica Sustentável terá foco no
desenvolvimento e transferência de tecnologia em pecuária de corte e
recuperação de áreas degradadas, por meio do uso da integração lavoura-pecuária-floresta
(ILPF).
O projeto prevê a implantação do sistema ILPF em uma área de 44 hectares que
ficará dentro da Agrishow até 2028 e será de responsabilidade da Agência, por
meio de seus polos regionais e do Instituto de Zootecnia (IZ), e da Embrapa
Meio Ambiente. O projeto total é estimado em R$ 3 milhões. A Apta e a Embrapa
buscam parcerias com instituições privadas para a execução dos trabalhos. O projeto foi lançado em 28 de abril de 2016, com o objetivo da parceria
é gerar, consolidar e promover tecnologias para a produção de bovinos de corte
nas fases de recria e terminação em sistemas integrados. A expectativa é que na
área sejam apresentadas oportunidades de uso eficiente do solo, considerando a
recuperação de áreas degradadas ou em degradação e a renovação de áreas
canavieiras.
O evento reuniu a organização da Agrishow e empresas participantes da Feira,
como a empresa John Deere manifestou interesse em participar do projeto.
Os pesquisadores também querem mostrar aos produtores rurais a importância de
incluir culturas anuais ou de ciclo longo em áreas exclusivas para pastagem. “A
inserção de soja e eucalipto nessas áreas contribuem para a produtividade
animal e vegetal, melhoria das condições do solo e sustentabilidade de sistemas
de produção de carne. Com o sistema ILPF o produtor também diversifica sua
renda. A Vitrine Tecnológica Sustentável servirá como um modelo que
possibilitará o conhecimento do agricultor das novidades da pesquisa para
melhorar sua produção”, afirma Renata Helena Branco, pesquisadora e
diretora-geral do IZ.
De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, o
lançamento da área, que realizará pesquisa e servirá para difusão tecnológica,
é um momento histórico. “Estamos muito confiantes com a realização desse
projeto, que terá impactos efetivos na produtividade e sustentabilidade
ambiental. As parcerias com o setor produtivo são fundamentais para a
concretização desse projeto e temos a pretensão de achar que quem vier para
ele, se dará muito bem, pois integraremos os conhecimentos das nossas
instituições”, afirmou. Segundo Jardim, uma das diretrizes propostas pelo
governador Geraldo Alckmin é aproximar a pesquisa do setor produtivo.
A expectativa é que sejam avaliados na área sistemas de sucessão de culturas
que incluirão soja para a produção de grãos e milho consorciado com capim para
produção de silagem, inseridas em áreas de plantio de eucalipto e mogno
africano.
Os sistemas de ILPF e integração lavoura-pecuária ILP têm como vantagens a
melhoria na qualidade da pastagem, o aumento do conforto animal, da conservação
do solo e a diversificação da fonte de renda do produtor. O principal benefício
é a recuperação de pastagem, essencial para fornecer os nutrientes necessários
à alimentação animal e evitar processos de degradação, como a erosão. A
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo estima que 4,8
milhões de hectares de pastagens estejam em estágio mediano de degradação e
outros 1,5 milhão em estágio avançado em todo o Estado de São Paulo.
O IZ iniciou, em 2015, o Programa de Produção Animal em Sistemas Integrados
(Propasi) com o objetivo de desenvolver uma pecuária intensiva, com
sustentabilidade ambiental e respeito ao bem-estar animal, nas unidades de Nova
Odessa e Sertãozinho, interior paulista. O Programa já contempla alguns
projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), com o objetivo de avaliar os diversos sistemas existentes, a
influência de diferentes tipos de plantios na produção de forragem, bovinos de
corte e leite e os impactos no solo e nas emissões de gases de efeito estufa.
Também é objeto de estudo avaliar a produção do capim-marandu e o
desenvolvimento das árvores de mogno africano em cultivo exclusivo – padrões comerciais
– e em sistema ILP.
Parcerias
Durante o evento de lançamento, Paulo Herrmann, presidente da John Deere no
Brasil, manifestou interesse em aderir ao projeto. Segundo Herrmann, o sistema
ILPF gera a sustentabilidade ambiental, econômica e proporciona mais receita ao
agricultor durante todo o ano. “Esse projeto é a grande revolução de recurso,
pois possibilita trabalhar de maneira mais intensa as potencialidades dos
campos tropicais. Produzir e preservar não são verbos antagônicos. Esta é uma
oportunidade de montar um sistema que dê ao agricultor uma tranquilidade maior,
para que ele fique mais protegido das intempéries, mitigue os riscos de clima e
de mercado e tenha uma sustentabilidade econômica mais assegurada”, afirmou.
O diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq), Francisco Matturro, também aprovou o projeto. Segundo
ele, a Vitrine Tecnológica Sustentável estará inserida em um grande centro do
agronegócio, a cidade de Ribeirão Preto. “Mas a grande vantagem é a parte
técnica envolvida, com os pesquisadores do mais alto nível do IZ, Apta
Regional, Instituto Agronômico (IAC) e Embrapa. Temos a oportunidade de
transformar esta pequena propriedade, em uma grande vitrine, junto com a
Agrishow, em que o público da feira poderá conhecer o programa funcionando, com
os custos computados”, explicou. Por: Fernanda Domiciano. Mais informações: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios Tel.: 19-2137-8933
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